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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Representação e Prudência


1.   AS REPRESENTAÇÕES NEGATIVAS



Em tempos de crise, vamos buscar consolações na filosofia. Epicuro de Samos (341-270) e Epicteto são filósofos da antiguidade que podem nos ajudar muito com seus conselhos morais. Epicuro é o fundador do epicurismo. Enquanto, Epicteto é um estóico. Apesar de terem concepções opostas, são éticas que podem atuar juntas.
Segundo Epicteto, “as coisas não inquietam os homens, mas as opiniões sobre as coisas”. Em tempos de crise, devemos procurar manter uma opinião sobre os fatos que nos possibilitem encontrar a tranquilidade. A opinião que temos do sofrimento e da morte torna tudo mais difícil.
As coisas não inquietam os homens, mas as opiniões sobre as coisas. Por exemplo a morte nada tem de terrível ou também a Sócrates teria se afigurado assim , m as é a opinião a respeito da morte de que ela é terrível que é terrível! Então, quando se nos apresentarem entraves ou nos inquietarmos ou nos afligirmos, jamais consideremos outra coisa a causa, senão nós mesmos isto é as nossas próprias opiniões.[1]
A opinião sobre um acontecimento faz toda a diferença. Existem muitas possibilidades sobre o futuro. Se você escolhe se preocupar com as possibilidades menos relevantes, comprometerá o cuidado com o momento. Portanto, procure pensar na possibilidade de que as coisas vão ocorrer bem e esteja firme para fazer o que é necessário no tempo oportuno. O pensamento negativo sobre o futuro compromete nosso presente. Se superarmos as representações nocivas sobre os fatos, conseguiremos manter a nossa tranquilidade.
Diante das adversidades, Epicteto aconselhava a criar virtudes de resistência. Ninguém pode evitar alguns acontecimentos, mas pode trabalhar sua representação sobre eles sem os desejos. Não deixar ser afetados pelos acontecimentos é uma virtude. O mundo nem sempre corresponde aos nossos desejos. Portanto, somos nós que temos de adequar nossos desejos.[2] Só podemos mudar o que pode ser mudado e devemos nos conformar com aquilo que não pode ser mudado.
Com o pensamento positivo, teremos mais condições de tomar nossos cuidados. De acordo com Epicuro, a vida feliz depende da prudência.[3] Ser prudente é prever os futuros danos e se antecipar no cuidado. Muitas vezes, para termos prazer no futuro, devemos renunciar algumas coisas. A prudência manda a gente prevenir e saber medir as perdas e os ganhos. Não temos certeza do desenrolar das coisas, mas se agirmos com cautela, nós não teremos motivos para arrependimentos.

Textos:

EPICTETO. O Encheirídion de Epicteto.  São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2012.

EPICURO. Carta sobre a Felicidade. São Paulo: Editora UNESP, 2002.




[1] EPICTETO. O Encheirídion de Epicteto.  São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2012, p. 19.
[2]EPICTETO. O Encheirídion de Epicteto.  São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2012.
[3]EPICURO. Carta sobre a Felicidade. São Paulo: Editora UNESP, 2002. P. 45.

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Bibliografia

ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 3ª ed. Rev. atual. São Paulo: Moderna, 2003.

CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da Filosofia: Dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

MONDIN, B. Introdução à Filosofia: problemas, sistemas, autores, obras. 12ª ed. São Paulo: Paulus, 2001