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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Fim da Antiguidade e Medievo

 



TEXTOS PARA LEITURA:
 TEORIA DO CONHECIMENTO


1.    AGOSTINHO DE HIPONA
1.Análise de trechos do De libero arbitrio e do De magistro:
a.    A condição racional do homem – De libero arbítrio (capítulo 7) – É no espírito que reside a faculdade pela qual o homem é superior aos outros animais.
b.   As intuições do espírito: existir, viver e entender - De libero arbítrio (capítulo 3, parte I) – Se eu não existisse, eu não poderia me enganar. (Capítulos 4-6) – A explicação do processo do conhecimento pelos sentidos e pela razão.
c.    O papel dos sentidos, a razão e a verdade interior – De magistro (Capítulo 12) – Os sentidos são intérpretes da mente; a verdade interior é a condição do conhecimento.


2. Leitura – Grupo II: SILVA, Renata Vanessa.  A relação entre verdade e conhecimento nas confissões de Santo Agostinho teoria do conhecimento. Florianópolis: UFSC, 2005, pp. 37-51.
3. Questões a serem anotadas para comunicação em sala:
a)  Qual é a fonte do conhecimento em Santo Agostinho?
b)  Qual é o papel dos sentidos externos e do sentido interno?
c)  Explique como se dá o conhecimento das realidades sensíveis.
d)  O que propõe a teoria da iluminação?
4. Vídeo: “03 Padres Pioneiros na Ciência”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OsUmctge-Mw

2.    TOMÁS DE AQUINO
1. Análise de trechos da Summa Theologiae:
a.    Como alma conhece as coisas sensíveis – Summa Theologiae I (Tratado do homem, questão 84).
b.   O modo e a ordem do processo cognitivo– Summa Theologiae I (Tratado do homem, questão 85).


2. Leitura – Grupo I: COSTA, Marcos Roberto Nunes. O processo do conhecimento humano em Tomás de Aquino. In: Revista Ágora Filosófica, Ano 11, nº 02, jul/dez.2011, pp. 215-224.
3. Questões a serem anotadas para comunicação em sala:
a)  Como ocorre a sensação, o primeiro nível do conhecimento?
b)  Qual a função dos sentidos internos no processo cognitivo?
c)  Explique o conhecimento intelectivo e o papel do intelecto agente.
d)  O que é o intelecto possível e qual a diferença em relação ao intelecto agente?

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Teoria do Conhecimento - Idade Média



ATIVIDADE III – CONHECIMENTO NA IDADE MÉDIA

I – PROPOSTA DE LEITURA E ANÁLISE
Temática: Conhecimento
Textos: A Cidade de Deus, Livro XI, capítulo 26 / Agostinho, Sobre o Livre Arbítrio, Capítulo 3, 9.

a)  Ler o texto abaixo e identificar como Agostinho fundamenta a certeza contra a postura dos céticos:

“SE ENGANO, EXISTO”
         A certeza de que eu existo, de que eu sei isto e de que estou feliz por isto acontece independentemente de qualquer fantasia ou contradição imaginária.
         Com relação a essas verdades, não temo qualquer argumento apresentado pelos acadêmicos.
         Se eles dizem “E se você estiver errado?”, respondo “Ainda que eu esteja errado, ainda assim existo”. O ser que não existe não pode se enganar. Por isso, se me engano, existo. Logo, se o fato de estar enganado prova que eu existo, como posso estar errado quando penso que existo, se meu erro confirma minha existência. Por isso, devo existir para que possa estar errado, logo, mesmo que esteja errado, não se pode negar que não o estou na minha certeza de que eu existo. Portanto, não estou errado ao saber que sei. Pois da mesma forma que sei que existo, também sei que sei.
         E quando me alegro com esses dois fatos, posso acrescentar com igual certeza essa alegria às coisas que eu sei. Pois não estou errado nessa alegria, porque não estou enganado quanto às coisas que amo. Ainda que essas coisas sejam ilusórias, ainda seria um fato eu amar as ilusões.


b)  Comentar sobre o papel do sentido interior:
“SENSUS INTERIOR”
Ag. Admito a existência dessa faculdade, seja ela qual for, e sem hesitação denomino-a sentido interior. Pois, a não ser ultrapassando esse mesmo sentido interior, o objeto transmitido pelos sentidos corporais poderá chegar a ser objeto de ciência. Porque tudo o que nós sabemos, só entendemos pela razão – aquilo que será considerado ciência. Ora, sabemos, entre outras coisas, que não se pode ter a sensação das cores pela audição; nem a sensação do som pela vista. E esse conhecimento racional nós não o temos pelos olhos, nem pelos ouvidos, e tampouco por esse sentido interior, do qual os animais não estão desprovidos. Por outro lado, não podemos crer que os animais conheçam a impossibilidade de sentir, seja a luz pelos ouvidos, seja os sons pelos olhos; visto que nós mesmos só o discernimos pela observação racional e pelo pensamento. (Agostinho,
Sobre o Livre Arbítrio, Capítulo 3, 9).

c)  Qual é a condição do existir, viver e entender no processo do conhecimento?

Referência: (TAURISANO, O De libero arbítrio de Agostinho de Hippona, 2007, p. 124).

SANTO AGOSTINHO

1.  (UFU – 2009) - A filosofia grega se expandiu para além das fronteiras do mundo helênico e influenciou outros povos e culturas. Com o cristianismo não foi diferente e, aos poucos, a filosofia foi absorvida. Conforme Chalita, um dos motivos dessa absorção foi: [...] a necessidade de organizar os ensinamentos cristãos, de reunir os fatos e conceitos do cristianismo sob a forma de uma doutrina e elaborar uma teologia rigorosa.  (CHALITA, G. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 94.)
Uma das características da patrística é a busca da conciliação entre a fé e a filosofia, e Agostinho de Hipona, ou Santo Agostinho (354 d.C. – 430 d.C.), influenciado pelo neoplatonismo, tornou-se uma referência para a filosofia cristã. Em relação ao desenvolvimento das ciências naturais, porém, o pensamento de Agostinho não deu grande impulso uma vez que sua filosofia – tal como a do mestre Platão – não adotava os fenômenos naturais como objeto de reflexão.
Com base nos textos acima e em seus conhecimentos sobre a obra de Agostinho de Hipona, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Agostinho de Hipona criou a doutrina da iluminação divina baseado na teoria da reminiscência de Platão, conciliando de modo original a fé cristã e o pensamento filosófico.
B) A observação, a experimentação e a aplicação dos princípios da geometria sobre os fenômenos naturais foi uma das principais características da filosofia de Santo Agostinho.
C) Conforme Agostinho de Hipona, a filosofia grega é um instrumento útil para a fé cristã.
D) As verdades eternas e imutáveis, que têm sua sede em Deus, só podem ser alcançadas pela iluminação divina.
2. (UFU – 2008) - A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão). PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofiamedieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p. 77.
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão.
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças.
A) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para
Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano.
B) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos.
C) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo.
D) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um.
3. (UFU – 2010) - Segundo Agostinho de Hipona (354-430), “não aprendemos pelas palavras que repercutem exteriormente, mas pela verdade que ensina interiormente”. Tal pensamento ficou conhecido como a doutrina do mestre interior. Leia a história em quadrinhos e o texto abaixo e responda o que se pede.
Para Agostinho, a utilidade da linguagem não é pequena, certamente; mas nos enganamos quanto ao seu verdadeiro papel. Damos a alguns homens o nome de “mestres” porque eles falam e geralmente transcorre um tempo imperceptível ou nulo entre o momento em que eles falam e o momento em que nós os compreendemos. Aprendemos interiormente tão logo suas palavras tenham sido pronunciadas exteriormente; por isso concluímos que esses mestres tenham nos instruído. [...] Na realidade, os mestres apenas expõem, com a ajuda de palavras, as disciplinas que eles professam ensinar; em seguida, aqueles que se nomeiam “alunos” examinam em si mesmos se o que os professores dizem é verdade. O mestre verdadeiro é a Verdade, e é como origem da concórdia entre os espíritos que Deus recebe o título de “mestre interior”. Para tudo o que aprendemos temos apenas um mestre: a verdade interior que reside na alma, ou seja, Cristo, virtude imutável e sabedoria eterna de Deus. (GILSON, E. Introdução ao estudo de Santo Agostinho. São Paulo: Paulus, 2008, p. 153-154.)
1) Sobre a doutrina do mestre interior de Agostinho, responda:
A) Como aprendemos a verdade?
B) Qual o papel da linguagem no “aprendizado”?
2) Relacione o mal-entendido entre Mafalda e Filipe (no quadrinho acima) com o pensamento agostiniano sobre a relação mestre/aluno contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um.

II – PROPOSTA DE LEITURA E ANÁLISE
Temática: Conhecimento
Textos: Suma Teológica I, questão 84.

a)           Como Tomás no texto abaixo define o papel do intelecto no processo do conhecimento?

SE A ALMA CONHECE OS CORPOS PELO INTELECTO

O primeiro discute-se assim. ― Parece que a alma não conhece os corpos pelo intelecto.
1. ― Pois, diz Dionísio que os corpos não podem ser compreendidos pelo intelecto; porque só os sentidos podem perceber o que é corpóreo. E diz também que a visão intelectual é só daquelas coisas que estão pela sua essência na alma. Ora, essas não são corpos. Logo, a alma pelo intelecto, não pode conhecer os corpos.
2. Demais. ― O sentido está para os inteligíveis, como o intelecto para os sensíveis. Ora, a alma, pelo sentido, de nenhum modo pode conhecer as coisas espirituais, que são inteligíveis. Logo, de nenhum modo, pelo intelecto, pode conhecer os corpos, que são sensíveis.
3. Demais. ― O intelecto se refere às coisas necessárias e que existem sempre do mesmo modo. Ora, todos os corpos são móveis e não existem sempre do mesmo modo. Logo, pelo intelecto, a alma não pode conhecer o corpo.
Mas, em contrário, a ciência está no intelecto. Se, pois, este não conhece os corpos, resulta que não há nenhuma ciência deles. E, então, desaparecerá a ciência natural, que é a do corpo móvel.
Solução. ― Para evidenciar esta questão, deve-se dizer que os primeiros filósofos que pesquisaram as naturezas das coisas, pensavam que no mundo só existe corpo. E como viam que todos os corpos são móveis (...) Heráclito disse que não é possível tocar duas vezes a água de um rio que corre, como refere o Filósofo.
Platão, porém, que veio depois, para poder salvar o conhecimento certo da verdade adquirida, por nós, por meio do intelecto, introduziu, além desses seres corpóreos, outro gênero de entes separado da matéria e do movimento, a que chamou espécies ou idéias. (...) De modo que a alma não intelige esses seres corpóreos, mas sim, as espécies separadas deles.
 Ora, de duplo modo se mostra à falsidade desta opinião. (...)
E a causa de Platão ter-se desviado da verdade está em que, julgando que todo conhecimento se dá em virtude de certa semelhança, pensava que a forma do conhecido está necessariamente no conhecente, do modo pelo qual ela está no conhecido. Assim, considerou que a forma da causa inteligida está no intelecto universal, imaterial e imovelmente; coisa que ressalta da própria operação do intelecto, que intelige universalmente e como por uma certa, necessidade; ora, o modo da ação é dependente do modo da forma agente. E então, concluiu pela necessidade de as coisas inteligidas subsistirem em si mesmas imaterial e imovelmente. Ora, isto não é necessário. (...)  Logo, deve-se concluir que a alma, pelo intelecto, conhece os corpo por um conhecimento imaterial, universal e necessário.
Donde a resposta à primeira objeção. ― O passo de Agostinho deve se entender daquelas coisas pelas quais o intelecto conhece, e não daquelas que ele conhece. Ora, ele conhece os corpos, inteligindo, mas não por meio de corpos nem de semelhanças materiais e corpóreas; mas por espécies imateriais e inteligíveis que, por essência, podem estar na alma.
Resposta à segunda. ― Como ensina Agostinho, não se deve dizer que, assim como sentido conhece só as coisas corpóreas, assim o intelecto, só as espirituais; porque, então, resultaria que Deus e os anjos não conheceriam os seres corpóreos. E a razão desta diversidade é que a virtude inferior não se estende ao domínio da virtude superior; mas a virtude superior opera, de modo mais excelente, o que pertence à inferior.
Resposta à terceira. ― Todo movimento supõe algo imóvel. Quando, pois, a transmutação é qualitativa, a substância permanece imóvel; e quando se transmuda a forma substancial, a matéria permanece imóvel. Ora, os modos de ser das coisas móveis são imóveis; assim, embora Sócrates nem sempre esteja sentado, contudo é imovelmente verdade que, quando está sentado, permanece num lugar. Por onde, nada impede ter uma ciência imóvel das coisas móveis.

TOMÁS DE AQUINO

4. Para Santo Tomás de Aquino, um dos princípios do conhecimento humano era o princípio da causa eficiente.
Esse princípio da causa eficiente exigia que o ser contingente:
a) não exigisse causa alguma.
b) fosse causado pelo intelecto humano.
c) fosse causado pelo ser necessário.
d) fosse causado por acidentes casuais
e) fosse causado pelo nada.

5. Segundo Santo Tomás, o conhecimento humano:
a) começa pelos sentidos.
b) começa a partir das idéias inatas.
c) se explica, como em Platão, pela reminiscência.
d) nenhuma das anteriores.

6. A teoria do conhecimento de Santo Tomás se baseia no intelectualismo aristotélico, já que não se fundamenta numa limitação para os dados dos sentidos a não ser para o sujeito que começa com os dados, mas há de seguir posteriormente um processo sistemático e metódico. No que diz respeito ao conhecimento sensitivo, Santo Tomás propõe uma explicação empirista do conhecimento humano, porque:
a) mostra a instabilidade do mundo sensível e a necessidade de se esquecer dos dados que oferece.
b) estima que todo conhecimento parte de uma reflexão que se dá na experiência sensível.
c) considera que o conhecimento começa pela sensação e continua pelo pensamento,
d) estabelece a prioridade do entendimento sobre os sentidos sem desmerecer a importância destes.


GUILHERME DE OCKHAM

1.  Qual o papel da experiência na gnosiologia de Guilherme de Ockham?
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Bibliografia

ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 3ª ed. Rev. atual. São Paulo: Moderna, 2003.

CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da Filosofia: Dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

MONDIN, B. Introdução à Filosofia: problemas, sistemas, autores, obras. 12ª ed. São Paulo: Paulus, 2001