O
movimento cínico foi um dos movimentos filosóficos mais impactantes da
antiguidade. Vamos buscarem Diógenes de Sinope, o cínico por excelência, as
orientações para a vida feliz.
A
felicidade é viver de acordo com a natureza; (2) a felicidade é algo disponível
para qualquer pessoa disposta a se dedicar a um treinamento físico e mental
suficiente; (3) a essência da felicidade é o autodomínio, que se manifesta na
capacidade de viver feliz mesmo nas circunstâncias mais seriamente adversas;
(4) autodomínio é equivalente a, ou envolve, um caráter virtuoso; (5) a pessoa
feliz, assim entendida, é a única pessoa verdadeiramente sábia, nobre e livre;
(6) as coisas convencionalmente julgadas necessárias para a felicidade, como
riqueza, fama e poder político, não têm nenhum valor na natureza; (7) os
principais impedimentos à felicidade são falsos juízos de valor, juntamente com
as perturbações mentais e o caráter vicioso que derivam desses juízos falsos.
Primeiramente, a fórmula da
felicidade é viver de acordo com a natureza e é uma condição que está ao
alcance de todos. Além disso, podemos
ser feliz nos tempos bons e nas adversidades. Através do autodomínio, desenvolvem-se
todas as virtudes. Os falsos juízos de valor nos impedem de ser felizes. Os
cínicos tinha desprezo pelas convenções sociais, pela riqueza e pela fama.
Neste ponto, todas as éticas helenistas estão de acordo, a riqueza não traz
felicidade.
O autodomínio (enkráteia) é o exercício mais forte na ética cínica. Vários
filósofos gregos concordam que o autodomínio ajuda o homem viver bem, evitando
atitudes indesejáveis. O sábio cínico levava muito a sério o autodomínio. Ele
se abstinha de todas as necessidades supérfluas, era indiferente a tudo que é
convencional, mundano. No lugar de se preocupar com vantagens, riquezas e
famas, o cínico concentrava seus esforços em controlar seus instintos e
paixões. Os estoicos também recomendava isso também. Vencer a si mesmo deve ser
a maior preocupação do sábio.
Os cínicos consideravam os animais
como os grandes exemplos de bem viver. Eles procuram somente o necessário para
a sua vida. Estes filósofos são chamados exatamente de cínicos, de kyon “cão”. Isso nos leva ao segundo conceito mais importante
do cinismo, a autossuficiência. Isto é, bastar a si mesmo, não ter muitas
necessidades e preocupações. O homem sábio deve ser totalmente livre das
circunstâncias.
Podemos notar algumas coincidências
entre a filosofia helenista e a tradição bíblica. O livro do Eclesiastes
apresenta temas comuns ao estoicismo e ao epicurismo. Nesta direção, alguns
estudiosos já indicaram também uma semelhança entre Jesus e os filósofos
cínicos. Jesus desaconselhava o acúmulo de riqueza, a resistência interior e
orientava que a cada dia basta a sua preocupação.
Textos:
DIAS, Rafael
Parente Ferreira Dias. A importância da
felicidade na filosofia cínica. Griot–
Revista de Filosofia, Amargosa, Bahia – Brasil, v.10, n.2, dezembro/2014.
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