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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


FILOSOFIA DA CIÊNCIA[1]

José Aristides da Silva Gamito[2]

1.  CONCEITUAÇÃO E TAREFA DA FILOSOFIA DA CIÊNCIA

     A filosofia da ciência ou epistemologia é o ramo da filosofia que estuda a investigação científica e seu produto, o conhecimento científico.  Quem estuda filosofia da ciência, certamente, já estudou filosofia, logo vamos nos ocupar do conceito de ciência.
     O sentido que os termos ‘ciência’ e ‘científico’ têm atualmente se desenvolveram no século XIX. Na antiguidade e no período medieval, scientia dizia respeito aos resultados das demonstrações lógicas que revelavam verdades gerais e necessárias. Mais tarde o termo esteve ligado a conhecimentos que têm relação com a matemática e a geometria. No século XVII quando surge a ciência moderna, os campos do conhecimento dito científico são chamados de ‘filosofia natural’ (Física, astronomia e investigações sobre as causas das coisas e ‘história natural’ (Botânica, zoologia e os componentes do mundo (GODFREY-SMITH, 2003).
     Segundo Thomas Samuel Kuhn há duas concepções sobre ciência: A perspectiva formalista e a perspectiva historicista. A primeira compreende a ciência como uma atividade totalmente racional e controlada, a segunda a entende como uma atividade que se dá no tempo e sujeita aos processos históricos e particularidades.

2.  O SENSO COMUM E A CIÊNCIA

2.1.       As distinções necessárias
     Geralmente, quando se falam em ciência e cientista as reações mais comuns são “um gênio louco”, “um tipo excêntrico”, “alguém que fala com autoridade”. Assim como muitos dizem que é ‘coisa’ de ateu. Em nossa sociedade os cientistas são vistos como uma elite da inteligência que pensa no nosso lugar. O cientista, o especialista, eles se tornaram mitos (ALVES, 1981).

A ciência não é um órgão novo de conhecimento. A ciência é a hipertrofia de capacidades que todos têm. Isto pode ser bom, mas pode ser muito perigoso.
Quanto maior a visão em profundidade, menor a visão em extensão. A tendência da especialização é conhecer cada vez mais de cada vez menos. (ALVES, 1981, p. 9).

            A ciência é a especialização de habilidades e tem o senso comum como ponto partida. A palavra senso comum, por sua vez, está impregnada de uma carga semântica negativa dada por quem considera a ciência superior a ele. Mas por senso comum se entende as pessoas que passaram por um treinamento científico.
            Não há razões para o desprezo do senso comum porque se observarmos o cotidiano muitas milhares de pessoas sem escolarização específica realizam ações, serviços, baseados em critérios que envolvem conhecimentos de economia, matemática, ética.

O senso comum e a ciência são expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver melhor e sobreviver. E para aqueles que teriam a tendência de achar que o senso comum é inferior à ciência, eu só gostaria de lembrar que, por dezenas de milhares de anos, os homens sobreviveram sem coisa alguma que se assemelhasse à nossa ciência.
A ciência, curiosamente, depois de cerca de 4 séculos, desde que ela surgiu com seus fundadores, está colocando sérias ameaças à nossa sobrevivência (ALVES, 1981, p.16).

2.2.       A etnociência e as inter-relações de ciência e senso comum
            A partir da década de 60 com a valorização das culturas tradicionais além do continente europeu surgiu o termo etnociência. Com ele se designa o estudo dos conhecimentos, métodos e das classificações dos elementos da natureza das diferentes culturas. São conhecimentos populares de culturas ancestrais. A etnociência valoriza os conhecimentos de culturas que não usavam ou não usam nosso conceito e método de ciência moderna ocidental.
            Como exemplo de conhecimentos de um povo, temos a classificação das plantas pelos índios de língua tupi. A língua apresentava um vocabulário extenso e classificatório que demonstravam a observação dos índios:

Para exprimir um coletivo de plantas, empregam o sufixo tyuatyba, adulterado em tibatuba e teua, pelo que ocupando-se de vegetais, adicionam ao gênero principal da planta, correspondendo ao al no português (:46). Apresenta também 27 termos associados aos elementos e produtos de uma planta, como, por exemplo, raiz (çapó), tronco (upi), folha (ob), flor (iboty), galho (takang), fruto (iuáybá), semente (ayin), espinho (yu), etc.(:47-8).
         Quanto ao emprego das plantas, cita-se o uso de florestas virgens (kaá eté), das matas (kaa), dos campos (nhum) e das matas de nova aparição (kaapoer), para roças () e plantações (korupaua) (:48).
         Kaáyuá ou ybá e myra servem de gêneros incertae sedis, em que há dúvida no grupo a que  se ligam, já que em todos os grupos formados pelos índios acham-se tais gêneros, assim como a posposição rana (semelhante a oides, affinis ou similis dos botânicos) (:49). Assim segue com uma série de exemplos de plantas cujo caráter é tirado do fruto ( ybáyuá ou ), do grupo caracterizado por madeira, pau (ybirámbyrámyra ou muirá), por árvore de tronco ereto (yua , ybauba), do grupo kaá (erva, folha, planta) e do grupo dos ycipó ou cipó (trepadeiras, lianas). Exemplos: Uáuaçu (fruta grande); Myrá kuatiar ( pau manchado) = Centrolobium paraense Tul.; Ukuyba (árvore de sebo) = Myristica surinamensis Roll.; Kaá peua (folha chata) = Cissampelos pereira Vell.;Cypó taia (cipó que queima) = Capparis urens Barb. Rodr.; Tarumá rana = Vitex sp. var.; respectivamente, só para uma noção (:50-5). (HAVERROTH, 2013).

            Portanto, o valor da ciência na contemporaneidade é inegável, mas não se pode por isso menosprezar o senso comum e os diversos conhecimentos das diferentes culturas.


3.  O SURGIMENTO DA CIÊNCIA MODERNA

     A partir do século XVI novos métodos de investigação contribuem para o surgimento da ciência moderna. Acontecem mudanças radicais. A física de Aristóteles era qualitativa e teórica e passa a não ser mais considerada pelos novos métodos. A nova física é mensurável e traduzida em leis matemáticas.
     O conhecimento da natureza deixa de buscar a essência das coisas e vai procurar a função delas. A esta mudança de perspectiva no modo de pesquisar convencionou se chamar de Revolução Científica. Isso porque o período que compreende do século XVI ao XVIII houve uma produção de conhecimentos e descobertas de grande consideração.
     As principais revoluções operadas na nova ciência são: a) Adoção da experimentação e mensuração matemática na ciência houve contribuições de Bacon, Descartes e outros; b) A mudança de geocentrismo para heliocentrismo com as descobertas de Copérnico, Galileo e Kepler. C) O conhecimento do corpo a partir dos estudos de anatomia de Andreas Vesalius.

4.  OS PROBLEMAS EPISTEMOLÓGICOS

     Os problemas que envolvem a ciência não somente referentes ao fato de conhecer, mas envolve as várias relações internas e externas da ciência, são: Lógicos, semânticos, gnosiológicas, metodológicos, ontológicos, axiológicos e éticos.
     Há várias questões a serem feitas sobre a validade do conhecimento científico, a eficácia dos métodos. Atualmente, questiona-se muito sobre o problema ético na ciência: Que relação entre os valores cognitivos da ciência e os valores morais? A ciência é eticamente neutra? Qual seria um código moral mínimo para a comunidade científica?
     A partir do pós-guerra surgiram muitas discussões a respeito da bomba atômica, uma conquista da ciência. Mais tarde surgem mais dois problemas éticos: A degradação ambiental e a manipulação da genética humana (a clonagem).

5.  O MÉTODO CIENTÍFICO

     Etimologicamente método significa “caminho”. Um método é um procedimento estável composto de vários passos e regras que permitem alcançar um fim.  No caso da ciência o fim é explicar a realidade. Ao longo da história se utilizou vários métodos: Método dedutivo, método indutivo. Atualmente se considera o método científico hipotético-dedutivo:
     Dedutivo: Consiste em extrair de princípios gerais uma conclusão particular.  A validade deste método é inquestionável: De princípios verdadeiros, e mediante um raciocínio válido, extrai-se uma conclusão que não pode ser outra que não verdadeira. Porém, apresenta um problema em sentido estrito, só é aplicável às ciências formais (matemática e lógica).
     Indutivo: Consiste em extrair uma conclusão geral de casos particulares. O inconveniente deste método é que só proporciona probabilidade: Por mais comprovados e selecionados que os casos estejam nada assegura que os demais sejam do mesmo tipo e muito menos que os futuros casos procederão da mesma forma.
     Hipotético-dedutivo: É forma mista dos dois anteriores. E procure reunir as vantagens deles. Existem vários passos:
a)    Observação da realidade e formulação do problema. Exemplo: Observa-se que pessoas obesas têm menos saúde física que as magras.
b)    Formulação de hipótese: Propõe-se uma explicação possível, rigorosa, neutra. Exemplo: Propõe-se a hipótese que a presença do hormônio tal impede a obesidade.
c)    Dedução de consequência: Utilizando-se o método dedutivo extraem-se as consequências que teria a hipótese se fosse verdadeira. Exemplo: Os ratos que tiveram injetado neles o tal hormônio não engordarão mesmo que tenham uma alimentação calórica.
d)    Contrastação da hipótese: Pela observação e experiência comprova-se se acontecem as consequências previstas. Como não podemos aplicar o hormônio tal a todos os ratos existentes e que existirão, selecionamos alguns grupos (milhares) e comprovamos a validade da hipótese. Usamos a indução.
e)    Refutação da hipótese: Se obteve o resultado previsto pela hipótese ainda que se concluir que era falsa. O processo recomeça com nova hipótese.

6.  AS TEORIAS CIENTÍFICAS

6.1.       O progresso da ciência
O conhecimento científico admite um aperfeiçoamento com o passar do tempo, por exemplo, as teorias sobre a luz.  1º - Descartes: a luz resultava da pressão produzida por certos corpúsculos que preenchiam os espaços do universo.” 2º - Christiaan Huygens: propunha que a luz era um processo ondulatório, envolvendo um fluido imponderável a que se chamou de “éter luminífero”“. 2º - Newton: “a luz seria um feixe de partículas emitidas pelos corpos luminosos.” No século XX, quando a mecânica quântica se ocupou desta teoria não deu uma explicação visualizável.
         Uma das características da ciência é este processo que vai se aperfeiçoando. No exemplo citado, não houve um processo cumulativo, que dizer nem sempre os novos conhecimentos são somados e produzindo uma evolução linear e positiva. Em outros segmentos, novas teorias passam a explicar melhor os mesmos fenômenos.

6.2.       Hipótese, leis e teorias
Hipótese é o mesmo que suposição. Diante de um fato observável A, formulamos a hipótese é B. A imaginação participa do processo de formulação de hipótese, porém resultará conhecimento válido se se comprovar pela realidade e pela experiência. Os modos de verificação de uma hipótese são:
Verificação: Ela só pode ser feita por indução porque nunca podemos estar seguros de que no futuro aparecerão casos diferentes.
Falsificação: Foi proposta por Karl Popper (1902-1994). Consiste em por a hipótese à prova com experimentos cruciais que demonstrem que ela é falsa. A hipótese tem de resistir a toda contraprova para ser considerada verdadeira.
A pesquisa científica classifica seus resultados em leis e teorias. Teoria é um conjunto de ideias e modelos explicativos de um fenômeno que estão unidos por determinadas evidências. Uma teoria científica não é uma verdade pronta, mas possui e sustenta por princípios válidos e provados.
As teorias mais conhecidas como Teoria da Relatividade, Teoria das Placas Tectônicas, Teoria do Sistema Heliocêntrico, Teoria dos Germes, Teoria da Herança Genética e Teoria da Evolução, todas elas são sustentadas por fatos e evidências que mostram resultados esperados e trazem benefício ao homem.
Já as leis descrevem os fatos explicados pela teoria. É uma generalização empírica. Ou seja, um comportamento de um fenômeno repetido várias vezes e a partir de observações serem formuladas afirmações de que é assim que ocorre.
Portanto,
A: Hipóteses são ideias que tentam explicar um fato observável.
B: Teorias são hipóteses que passaram por averiguações de suas previsões.
C: Leis são hipóteses que explicam eventos que ocorrem com regularidade.

7.    AS TEORIAS EPISTEMOLÓGICAS DA CONTEMPORANEIDADE

No período entre as duas guerras mundiais, houve um impulso decisivo sobre o método científico. O Círculo de Viena (Wiener Kreis) trabalhou intensamente sobre estas questões desenvolvendo o positivismo lógico.
O positivismo lógico prima pelo princípio de verificação. As proposições válidas são aquelas que podem ser comprovadas empiricamente. As afirmações da metafísica e da teologia são rejeitas e a ética é reduzida a normas com base em emoções.
A matemática e a lógica são vistas como tautologias, estipuladas convencionalmente e incapazes de dizer algo sobre o mundo. À filosofia cabe o papel de analisar a relação entre linguagem e realidade no discurso científico. Portanto, a filosofia é atividade clarificadora da linguagem.

7.1.    A epistemologia de Karl Popper
Karl Popper procurou distingue ciência de pseudociência. É o problema da demarcação. Ela chama a solução a este problema de falsificacionismo. Uma teoria científica para ser verdadeira tem de se expor ao risco da falsificação. O critério de falsificabilidade estabelece que para uma teoria ser considerada científica tem de obedecer a duas condições: a) ser falsificável, isto é, pode ser em linha de princípio, desmentida ou contradita; b) não ter sido ainda achada falsa de fato.
Popper rejeita seguir a teoria indutivista de Bacon e de quase todos os modernos. O ponto de partida da edificação da ciência são os problemas. As respostas que buscamos pela pesquisa científica são estimuladas por questões anteriores. “A ciência é antes de tudo invenção de hipóteses; a experiência (isto é, a observação e o experimento), cujo âmbito será delimitado pela hipótese, exerce o papel de controladora das teorias” (MONDIN, 1983).
Princípios da epistemologia de Popper: a) Todo conhecimento científico é hipotético; b) O aumento do conhecimento se dá a partir da aprendizagem em cima dos erros; c) O método científico consiste em buscas novas teorias e a busca dos erros através de um exame crítico; d) Os experimentos são guiados por teorias e expectativas; e) A objetividade científica apenas em termos de aproximação crítica; f) As teorias precisam ser criticadas e defendidas tenazmente; g) As teorias se dividem em mais controláveis e menos controláveis; h) As teorias que são mais expostas a riscos tendem ser melhores.

7.2.    A epistemologia de Bachelard
Segundo Gaston Bachelard a filosofia da ciência não pode aceitar nem a solução realista e nem idealista, antes deve se colocar numa posição intermediária. O conhecimento tem como base a dupla experiência/razão. A sua posição poderia ser chamado de ‘racionalismo aplicado’ porque considera que o processo conhecimento científico parte da razão para experiência. A observação científica é precedida por uma teoria preparadora.

7.3.       Thomas Kuhn e a ciência normal
Thomas Kuhn trabalha como o termo paradigma. Os paradigmas são conquistas científicas universalmente reconhecidas, que por certo período fornecem um modelo de problemas e soluções aceitáveis em certo campo das ciências.

8.    REFERÊNCIAS

ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência.
HAVERROTH, Moacir. Etnobotânica: Uma revisão teórica. Disponível em: http://www.cfh.ufsc.br/~nessi/Etnobotanica%20uma%20revisao%20teorica.htm Acesso em: 22.02.2013.


[1] Texto-base para as aulas de Fundamentos Psicológicos da Educação no curso de pós-graduação de Docência do Ensino Superior do Instituto de Ciências Humanas João Paulo II (IJOPA) / Faculdade Católica de Anápolis, Cachoeiro de Itapemirim (ES) e Campos (RJ), 2013.
[2] Bacharel em filosofia pela Faculdade João Calvino (2010) e licenciado em filosofia pela Faculdade de Ciências da Bahia (2011), especialista em Docência do Ensino Básico e do Ensino Superior (2011), atual Secretário Municipal de Educação de Conceição de Ipanema (MG). E-mail: joaristides@gmail.com.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Problema do Conhecimento


TEORIA DO CONHECIMENTO[1]

José Aristides da Silva Gamito[2]



1.  CONCEITUAÇÃO E TAREFA DA TEORIA DO CONHECIMENTO

     A Teoria do Conhecimento é uma investigação sobre a origem, extensão e limite do conhecimento. Outros nomes são tidos como equivalentes a esta disciplina como epistemologia, gnoseologia.  Segundo Carvalho, a epistemologia e a teoria do conhecimento têm finalidades diferentes:

Por estar diretamente ligada aos problemas da ciência e do conhecimento, às vezes a epistemologia foi confundida com a teoria do conhecimento. Entretanto devemos evitar este equívoco, pois, enquanto a teoria do conhecimento sempre fez parte da filosofia, ao longo de sua história, procurando tratar do problema do conhecimento humano como um todo, o termo epistemologia só foi utilizado, no final do século XIX, inicialmente por alguns membros do “Círculo de Viena”, que usaram o termo para designar os estudos especificamente voltados para problemas das ciências empíricas (CARVALHO, p. 14).

Porém, estas diferentes acepções não estão bem convencionadas. Abbagnano diz que as diferenças possuem mais razões linguísticas:

Em italiano, o termo mais usado é gnoseologia. Em alemão, o termo Gnoséologie, cunhado pelo wolffiano Baumgarten, teve pouco sucesso, ao passo que o termo Erkenntnistheorie, empregado pelo kantiano Reinhold (Versuch einer neuen Theorie des menschlichen Vorstellungsvermögens, 1789) foi comumente aceito. Em inglês, o termo Epistemology foi introduzido por J. F. Ferrier (Institutes of Metaphysics, 1854) e é o único empregado comumente; Gnoseology é bem raro. Em francês, emprega-se comumente Gnoséologie e, mais raramente, Épistemologie. Todos esses nomes têm o mesmo significado...(ABBAGNANO, p. 183).

Em síntese, a Teoria do conhecimento tem por objetivo buscar a origem, a natureza, o valor e os limites da faculdade de conhecer. (JAPIASSU).


2. HISTÓRIA DA TEORIA DO CONHECIMENTO

Na Antiguidade e na Idade Média não se pode falar de uma Teoria do Conhecimento como uma disciplina específica da filosofia. Platão e Aristóteles desenvolveram numerosas reflexões epistemológicas, mas a autonomia desta disciplina só aparece na modernidade.  John Locke é o primeiro a abordar de modo específico e sistemático sobre o problema na sua obra “Ensaio sobre o Entendimento Humano” (1690).
Em seguida, outros escreveram tratados específicos: Leibnitz (1765) escreveu “Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano” refutando as ideias de Locke. Berkeley escreveu em 1710 o “Tratado dos Princípios do Conhecimento Humano”; Hume escreveu “Investigação sobre o Entendimento Humano”, em 1748.
Depois, Kant em sua “Crítica da Razão Pura” (1781) faz uma crítica do conhecimento, cujo método ele chama de ‘método transcendental’.

2.  PROBLEMAS DA TEORIA DO CONHECIMENTO

2.1. 1º PROBLEMA: O QUE SE PODE CONHECER?

  O primeiro problema do conhecimento que se coloca em discussão é a sua possibilidade.  Existem várias posturas em resposta a este problema:
            Dogmatismo: É a posição que admite uma verdade absoluta além do ser humano, além do espaço e do tempo, que pode ser acessada pelo intelecto. Para o dogmático é evidente que o sujeito pode apreender o objeto pelo ato cognitivo.
            Ceticismo: É a postura de quem afirma que não é possível saber se pode ou não conhecer um objeto/ente. Não há negação total, apenas dúvida sobre a possibilidade de conhecer. O sujeito não pode apreender o objeto. Estamos impossibilitados de formular juízos.
            Subjetivismo: Esta postura sustenta que há uma verdade, mas ela tem validade limitada, está limitada ao sujeito que conhece e a julga.
            Relativismo: É não aceitação de verdade absoluta, universalmente válida; toda verdade é relativa, apenas tem uma validade limitada.
  Os sofistas são os primeiros relativistas. O princípio de Protágoras (séc. V a. C.): “O homem é a medida de todas as coisas”.
            Pragmatismo: É uma modalidade positiva do ceticismo. Esta postura não admite a concordância entre o pensamento e o ser. E supera a negação intrínseca do ceticismo com um novo conceito de verdade. Verdadeiro é o que é útil. Os pragmatistas entendem que o homem é um ser prático.
       William James (1842-1910) é considerado o fundador do pragmatismo. Encontrou adeptos na Inglaterra e também na Alemanha. O voluntarismo de Nietzsche se coaduna com esta postura: “A verdade não é um valor teórico, mas apenas uma expressão para designar a utilidade, para designar aquela função de juízo que conserva a vida e serve a vontade do poder”.
       Criticismo: Esta postura assume uma posição intermediária entre dogmaticismo e ceticismo. Admite que é possível conhecer, que existe uma verdade. Porém, exige um exame de todas as afirmações da razão, nada pode aceito despreocupadamente.
       Kant é o fundador do criticismo, sua filosofia é um exame do dogmatismo e do ceticismo: “O método de filosofar consiste em investigar as fontes das próprias afirmações e objeções e as razões em que as mesmas assentam, método que dá a esperança de chegar à certeza”.

2.2. 2º PROBLEMA: QUAL É O OBJETO DO CONHECIMENTO?

       Segundo Platão as ideias que são o objeto do conhecimento, através da consciência delas é que possuímos a ciência verdadeira (epistemh). Do mundo físico só possuímos opinião (doxa).
       O objeto do conhecimento suscita a discussão sobre os universais. Desde a antiguidade que já se pergunta pelo objeto do conhecimento, mas é na Idade Média com a discussão dos universais é a discussão ganha sistematização. As propostas estão assim formuladas:
       Realismo: Os universais possuem existência no pensamento (transcendentalmente) ou nas coisas (imanentemente).
       Nominalismo: Tudo que existe são particulares, não admite a existência dos universais nem nas coisas e nem no pensamento. O universal é puro nome (flatus vocis).
       Conceitualismo: Os universais são apenas conteúdos da nossa mente, representações das coisas no intelecto.


2.3. 3º PROBLEMA: QUAL É A ORIGEM DO CONHECIMENTO?

       Ao longo da história da filosofia houve muitas posições sobre a fonte do conhecimento. Uns dizem que é a razão, outros que é a experiência. Vejamos quais são as principais fontes.
  Racionalismo: A fonte do conhecimento é o pensamento, a razão.  Conhecimentos verdadeiros devem ser lógicos e universalmente válidos.
  Empirismo: A fonte é a experiência, não há conteúdos a priori na mente do cognoscente. Todos os conceitos gerais e abstratos procedem da experiência.
  Intelectualismo: Admite a participação da razão e da experiência na produção do conhecimento. Há juízos logicamente necessários e universalmente válidos. O conhecimento é tirado da experiência, mas julgados com conteúdos da razão.
  Apriorismo: Admite também a participação da razão e da experiência na produção do conhecimento, mas a mente possui elementos a priori, independentes. A experiência preenche estas formas.

2.4. 4º PROBLEMA: COMO PODEMOS VERIFICAR O CONHECIMENTO?

       A Teoria do Conhecimento tem como tarefa também discutir critérios para verificar a validade de um conhecimento.
       Princípio cartesiano: Uma ideia é verdadeira, quando é clara, simples, distinta e indubitável.
       Princípio da coerência: As inferências devem ser inferidas a partir de postulados verdadeiros.
       Princípio da autoridade: Postula a existência de uma fonte infalível de conhecimento.
       Princípio pragmático: Um conhecimento é verdadeiro quando passa pela prova da experiência e auxilia na resolução de problemas.
       Princípio da conformidade: Um conhecimento é verdadeiro quando há adequação entre a proposição verbal e a realidade descrita.

3.     ANÁLISES DAS PRINCIPAIS TEORIAS DO CONHECIMENTO

3.1. DESCARTES E O RACIONALISMO

       Descartes construiu um sistema científico de bases ou princípios firmes e indubitáveis.  Sua ideia sobre o conhecimento é toda racionalista com base no modelo matemático. A ciência deveria de princípios metafísicos e a partir dos quais com rigor e ordem seriam deduzidos os conhecimentos restantes.
       O pensador tinha como objetivo a reforma do conhecimento humano por causa da desconfiança com razão presente em sua época.  Ele pretende, então, aplicar o modelo matemático a campos como da metafísica e da física.
       O saber tradicional para Descartes sustentava-se sobre bases frágeis e carecia de organização e sistematicidade. O princípio para garantir o conhecimento deve ser evidente, claro e distinto a ponto de ser indubitável.
       Descartes descreve um método para a busca da verdade: A) Não se pode aceitar aquilo que não for absolutamente indubitável. O verdadeiro é evidente e indubitável. B) A dúvida é purificadora porque ajuda a rejeitar os princípios falsos que podem induzir ao erro. C) O conhecimento seguro tem de passar rigorosamente pelo crivo da dúvida.

3.2. LOCKE E O EMPIRISMO

       John Locke rejeita a existência de ideias inatas. Ele dá o exemplo do comportamento das crianças que não demonstra já ter ideias.  Para o filósofo, o ser humano nasce com a mente vazia, em contato com a realidade, ele vai a preenchendo com os dados da experiência, estes são as ideias.  
       Experiência é tudo o que pode ser apreendido de modo imediato pela mente. E possui um sentido interno (reflexão) e outro externo (sensação).

3.3. KANT E O CRITICISMO

       Kant faz uma crítica do racionalismo e do empirismo. Empírico ou a posteriori (dados oferecidos pela experiência). Puro ou a priori (não depende de nenhuma experiência sensível e distingue-se do conhecimento empírico pela universalidade e necessidade.
      
       A experiência sensível por si só jamais produz juízos necessários e universais. Todas as vezes em que se está diante desse tipo tem-se um conhecimento puro ou a priori. Por exemplo na proposição “a linha reta é a distância mais curta entre dois pontos”. Nessa proposição nada se afirma a respeito de determinada linha reta, mas de qualquer linha reta (universalidade); por outro lado, não se declara que a linha reta é a mais curta em certas condições, mas sem quaisquer condições (necessidade).


3.4. NIETZSCHE E SUA TEORIA DO CONHECIMENTO

        “Não há fatos, há interpretações”. Nietzsche afirma uma radical contingência do conhecimento.  Ele critica a busca por conceitos universais, verdades. Os conceitos são criados historicamente. A finalidade do ato de conhecer é buscar respostas úteis à conservação da espécie.


  1. VERDADE

       A verdade é a concordância do pensamento consigo mesmo. Um juízo é verdadeiro quando construído segundo as leis e normas do pensamento. De acordo com essa concepção, a verdade significa algo puramente formal. Ela coincide com a correção lógica.
       A verdade do conhecimento só pode consistir, portanto, na produção de objetos em conformidade com as leis do pensamento, vale dizer, na concordância do pensamento com suas próprias leis (HESSEN).

  1. REFERÊNCIAS

MONDIN, B. Introdução à Filosofia: O problema gnosiológico. São Paulo: Paulinas, 1980.
CERRUTTI, Pedro. A caminho da verdade suprema. Rio de Janeiro: Universidade Católica, 1968.
HESSEN, JOHANNES. Teoria do Conhecimento. Trad. de João Vergílio G. Cuter. Martins Fontes: São Paulo, 2000.
MOSER, P.; MULDER, D.; TROUT, J. A teoria do conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, 2004.



[1] Texto-base para as aulas de Teoria do Conhecimento no curso de Complementação de Estudos em Filosofia do Instituto de Ciências Humanas João Paulo II (IJOPA) / Faculdade Católica de Anápolis, Caratinga, 2013.
[2] Bacharel em filosofia pela Faculdade João Calvino (2010) e licenciado em filosofia pela Faculdade de Ciências da Bahia (2011), especialista em Docência do Ensino Básico e do Ensino Superior (2011), atual Secretário Municipal de Educação de Conceição de Ipanema (MG). E-mail: joaristides@gmail.com.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013


TÓPICOS EM FILOSOFIA[1]

José Aristides da Silva Gamito

I - Filosofia da Mente
II - Filosofia da Educação
III - Filosofia Política

Introdução

            Abordaremos nesta conferência três importantes subdivisões da Filosofia: Mente, educação e política. Partiremos dos estudos sobre a mente de um ponto de vista filosófico para depois nos determos nos fundamentos da educação e da política dentro da filosofia.

I - Filosofia da Mente
A filosofia da mente é um ramo da filosofia que estuda a natureza da mente, os estados, funções e propriedades mentais, a consciência e suas relações com o corpo físico, principalmente com o cérebro. Neste sentido, seu estudo envolve o modo de ser da mente, a consciência, o autoconhecimento, a percepção, a introspecção.
            As principais questões propostas pela filosofia da mente são:

ü  Qual a relação entre mente e corpo?
ü  A mente é uma entidade física?
ü  É possível verbalizar os estados mentais?

Dentro dos problemas abordados por esta subdivisão da filosofia sobressai-se a relação entre mente e corpo. Há duas tendências na tentativa de resolução do problema: Monismo e dualismo. Na antiguidade, Platão e Aristóteles são os primeiros representantes do dualismo. Mas é o filósofo Descartes quem irá formular com precisão esta distinção entre corpo e mente.

O problema mente-cérebro
O termo mente
Etimologicamente, mens, mentis significa “pensar, conhecer, entender”. Os gregos a chamavam de nous, noos com o sentido de “intelecto, entendimento”. E também psyché. As palavras alma, espírito, mente não se reduzem a cérebro, mas foram na história usadas para designar estados mentais. Termos usados: Mens, nous, pneuma, ruah, nephesh.

Dualismo
            Platão defende um dualismo explícito que chega a argumentar em favor da transmigração da alma e afirma a existência da alma. As coisas são cópias de uma realidade pré-existente. Já Aristóteles postula um pneuma, presentes nos seres vivos que não é contraposto ao mundo material e corporal. Em toda Idade Média, o dualismo foi predominante. Descartes utiliza as expressões res cogitans e res extensa para falar sobre a mente e o corpo. O pensamento é diferente do corpo. O dualismo pode ser sustentado de dois modos. Pode-se considerar que a mente é uma substância independente. Ou que é um conjunto de propriedades distintas do cérebro, que não podem reduzidas ao cérebro, mas que não constituem uma substância independente.

Monismo
O monismo é a vertente que sustenta que corpo e mente não são entidades ontologicamente distintas. Existem filósofos defensores desta solução para o problema mente-corpo: Parmênides (século V a. C.) e Spinoza (século XVII). Os fisicistas sustentam que somente existe aquilo que é físico. Neste caso, a mente é reduzida a uma entidade física. Já os idealistas julgam que a mente é tudo que existe e que o mundo externo é uma ilusão criada por ela. Dentre o fisicismo está o behaviorismo.

O dualismo cristão
Na perspectiva bíblica cristã, corpo, alma e espírito constituem a totalidade que é o ser humano (1 Ts 5,28). Na compreensão judaica também, corpo (feito de barro), alma (vida) e espírito (sopro divino, imortal) são constitutivos de um mesmo todo. Apesar de haver mais tarde na história do cristianismo um dualismo acirrado.

II - Filosofia da Educação
            Toda concepção de educação implica necessariamente uma concepção de homem. Acompanharemos, a seguir, a visão dos principais pensadores sobre a formação do homem.

Sócrates
            O método de educação de Sócrates não pode ser pensado separadamente de seu método de filosofar: A maiêutica. Os fins de sua visão educacional são éticos. O homem almejado por esse modelo de educação é aquele disposto para a justiça, para o amor e para a virtude. A ignorância é a causa dos vícios e de todos os males.  O homem é definido pelo seu intelecto.
            A metodologia socrática supõe que todos já possuem em sua alma o saber. A função do mestre é provocar o parto de ideias.

Platão
            A visão de educação em Platão exige primeiramente um exame da teoria das formas. O mundo sensível é apenas um aspecto do mundo real. O conhecimento se dá pelo contato repetido com um objeto até formamos uma ideia geral do que ele é. A ignorância é um esquecimento, quem procura agora saber, em um determinado tempo, soube. Platão chama este fenômeno de anamnese.

Aristóteles
            Este filósofo procurou entender o funcionamento do raciocínio como base do processo cognitivo. Através da classificação das ciências, o pensador abrange o pensar, o agir e o fazer. Sua visão educacional quer atingir o homem como um todo. O conhecimento deve ser buscado pela inteligência.

Baruch Spinoza
            Spinoza é importante para a discussão em torno da educação por privilegiar a singularidade humana. O homem possui um desejo de conservar a si mesmo como singular. Os afetos são os modos de pensar as coisas.

Immanuel Kant
            A liberdade e a moralidade são as fundadoras da educação. A finalidade da educação é justamente a consecução da liberdade por meio da universalização do saber. Educar a razão é adquirir autonomia.

Georg Friedrich Hegel
            Hegel foca seu pensamento no absoluto. Para ele, portanto, educar o homem é ordená-lo, discipliná-lo segundo a razão. Este ordenamento acontece dentro da sociedade.

Karl Marx
            Marx pensa a educação como parte da superestrutura e que foi por muito usada como forma de controle social pelas classes dominantes. Na sua visão a educação deveria ser igualitária. Educar o homem seria fazê-lo consciente de sua classe.

III - Filosofia Política
                        Primeiramente, devemos lembrar que filosofia política é a disciplina filosófica na qual se discute como a sociedade deve estar organizada. Há duas tendências nas concepções políticas: Realista e utópica.
            Há muitos preconceitos em relação à política. “Arendt estabelece duas categorias de preconceitos contra a política: no âmbito internacional – o medo de um governo mundial totalitário e violento; no âmbito local ou interno – a política é reduzida a interesses mesquinhos, particularistas e à corrupção.”
                        Para se compreender a política, Francis propõe-nos a imaginar como seríamos sem ela. Ainda segundo Wolff (2003), a vida humana pode acontecer a partir das três possibilidades que se seguem:
a)      Em comunidade, organizada pela existência de uma instância externa à sociedade (o Estado, por exemplo), cuja função seria a efetivação e a manutenção da unidade da sociedade. A política, neste caso, seria coercitiva e o poder estaria localizado fora da sociedade, mas agindo sobre ela.
b)      Isolada, como a maioria dos animais, talvez em pequenos grupos ou famílias. Essa condição seria praticamente impossível.
c)      Em comunidade, mas sem a necessidade da política. A vida transcorreria em harmonia, sem diferenças, sem conflitos, nem confrontos, sem a necessidade de leis ou limites.
Segundo Wolff apenas 2 sociedades conseguiriam viver o ideal da política: A sociedade ateniense e os índios brasileiros.

O modelo ateniense
            Os atenienses desenvolveram a noção de esfera pública com o começo da democracia. Nas reformas de Sólon e de Clístenes, consolida-se uma forma de governo com a representação da vontade do povo: O conselho (boulé) era composto por 500 representantes das classes existentes e subdividido em 10 comissões (pritanias) de 50 membros. Ele recolhia as propostas de leis a serem votadas na ekklesía.

O modelo indígena
            Os europeus afirmavam sobre os índios: “Os indígenas não têm política, não têm Estado, não têm leis – espantavam-se os colonizadores.” E mais, eram “sociedades sem escrita; sem Estado; sem mercado e sem história.” Em grupos como os tupis-guaranis, funcionava um tipo de autogoverno.
            O chefe indígena tinha função de árbitro, de conciliador.  Ele precisava usar a retórica para manter a ordem só que seu discurso se baseava no passado.

O modelo maquiavélico
            Maquiavel chocou porque abordou o tema da política considerando o lado egoísta do ser humano. A sua intenção é dar instruções práticas em “O Príncipe”. O pensador desenvolve um estudo sobre o poder e na sua definição ele é entendido como “como correlação de forças, fundada no antagonismo que se estabelece em função dos desejos de comando e opressão, por um lado, e liberdade, por outro, pelos quais se formam as relações sociais.”
            Existia uma ética própria para política. Algumas atitudes e valores individuais têm pesos diferentes para atitude do monarca, pois ele tem de pensar em seus súditos.  Por exemplo, a generosidade excessiva pode arruinar as finanças do Estado. A sobriedade garantiria gestos de nobreza do governante.
“O agir pressupõe a compreensão da natureza humana, assim entendida por Maquiavel: os homens buscam quem lhes proporcione vantagens, melhorias.”

REFERÊNCIAS

MASLIN, Keith. An introduction of philosophy of mind.  Cambrige: MPG Books Ltd., 2001.

TEXEIRA, João de Fernandes. O que é filosofia da mente. Editora Brasiliense, 1994.

VV. Filosofia. Curitiba: SEED-PR, 2006.



[1] Aulas de Filosofia ministradas no Curso de Integralização em Filosofia do Instituto de Educação Superior do Espírito Santo (IESES)/Faculdade de Ciências da Bahia (FACIBA), polo de Caratinga, 2011.
 

Bibliografia

ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 3ª ed. Rev. atual. São Paulo: Moderna, 2003.

CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da Filosofia: Dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

MONDIN, B. Introdução à Filosofia: problemas, sistemas, autores, obras. 12ª ed. São Paulo: Paulus, 2001