TEORIAS
DE JUSTIFICAÇÃO EPISTÊMICA
Qual
é a justificação para crer que dado fato é o caso, ou que determinada
proposição é verdade? É disso que tratam as teorias de justificação epistêmica,
um dos pontos fundamentais da Teoria do Conhecimento. Justificação epistêmica é
um meio para obter a verdade. Para se aceitar um conhecimento como genuíno é
preciso ter indícios suficientes para considerar uma proposição como
verdadeira. Em outras palavras, justificação é um termo de avaliação
epistêmica.
Segundo
Flores (2012, p.9), “Conferir ou não justificação para uma crença em
epistemologia é avaliar essa crença sob a ótica da aquisição de verdades,
eliminação de falsidades e de sua razoabilidade”. Quanto à existência de Deus
temos as seguintes proposições: a) Teísta – aquele que crê p; b) Ateísta –
aquele que crê que não-p; c) Agnóstico – aquele que suspende o juízo sobre p.
Procede-se daí a indagação, qual a alternativa mais razoável para um sujeito?
Crer, descrer ou suspender o juízo.
Outro
aspecto a considerar conforme Alston, justificação é uma matéria de graus.
Esses graus dependem das informações disponíveis ao sujeito (FLORES, 2012, p
11).
INTERNALISMO
E EXTERNALISMO
As
teorias de justificação epistêmica podem ser internalistas ou
externalistas. As teorias internalistas
consideram os fatores requeridos para a justificação como diretamente
acessíveis ao sujeito cognoscente. São o fundacionalismo e o coerentismo.
As
teorias externalistas têm como foco da justificação do conhecimento não o
sujeito, mas o objeto. São exemplos disso o confiabilismo.
Em
síntese, as duas posições podem ser assim identificadas:
Internalismo:
sempre, quando há justificação, essa justificação é acessível à consciência do
agente epistêmico que tem a crença justificada;
Externalismo:
nem sempre, quando há justificação, essa justificação é acessível à consciência
do agente epistêmico que tem a crença justificada (ROSA, 2010, p. 187).
I - FUNDACIONALISMO
O
fundacionalismo epistêmico é uma tese sobre a estrutura das crenças que têm uma
propriedade epistêmica tal como é racionalizado ou justificado. Os
fundacionalistas consideram que o conhecimento é como uma construção, composta
de tijolos. A fundação de uma construção é indispensável para sustentá-la.
Ele
se sustenta a partir da posição epistemológica segundo a qual ou uma opinião é
evidente ou é incondicionalmente aceitável para quem a expressa e para os
outros, ou tal opinião pode ser apoiada por outras até que se chegue a uma
opinião evidente.
II –
COERENTISMO
O
coerentismo afirma que as proposições são compostas de crenças que estão em
relação e a coerência entre elas determina a verdade. Este sistema de crenças
que precisa de coerência entre as proposições pode ser demonstrado
circularmente ou linearmente.
III
– CONFIABILISMO
O
confiabilismo considera que a justificação de uma crença se dá pela
confiabilidade do processo que produziu.
Nesse sentido, trata-se de um processo comprometido com a condução das
crenças à verdade (ROSA, 2010, p. 193). Goldman, apesar de críticas, estabelece
o tempo como condição ou cirscunstância para que uma crença seja confiável.
GLOSSÁRIO:
Mentalismo: Uma
forma de internalismo que considera todos os elementos de justificação de uma
crença como estados mentais.
Evidencialismo: É a
exigência de evidências no processo de justificação.