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sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Teoria do Conhecimento



TEORIAS DE JUSTIFICAÇÃO EPISTÊMICA

            Qual é a justificação para crer que dado fato é o caso, ou que determinada proposição é verdade? É disso que tratam as teorias de justificação epistêmica, um dos pontos fundamentais da Teoria do Conhecimento. Justificação epistêmica é um meio para obter a verdade. Para se aceitar um conhecimento como genuíno é preciso ter indícios suficientes para considerar uma proposição como verdadeira. Em outras palavras, justificação é um termo de avaliação epistêmica.
            Segundo Flores (2012, p.9), “Conferir ou não justificação para uma crença em epistemologia é avaliar essa crença sob a ótica da aquisição de verdades, eliminação de falsidades e de sua razoabilidade”. Quanto à existência de Deus temos as seguintes proposições: a) Teísta – aquele que crê p; b) Ateísta – aquele que crê que não-p; c) Agnóstico – aquele que suspende o juízo sobre p. Procede-se daí a indagação, qual a alternativa mais razoável para um sujeito? Crer, descrer ou suspender o juízo.
            Outro aspecto a considerar conforme Alston, justificação é uma matéria de graus. Esses graus dependem das informações disponíveis ao sujeito (FLORES, 2012, p 11).

INTERNALISMO E EXTERNALISMO

            As teorias de justificação epistêmica podem ser internalistas ou externalistas.  As teorias internalistas consideram os fatores requeridos para a justificação como diretamente acessíveis ao sujeito cognoscente. São o fundacionalismo e o coerentismo.
            As teorias externalistas têm como foco da justificação do conhecimento não o sujeito, mas o objeto. São exemplos disso o confiabilismo.
            Em síntese, as duas posições podem ser assim identificadas:
            Internalismo: sempre, quando há justificação, essa justificação é acessível à consciência do agente epistêmico que tem a crença justificada;
            Externalismo: nem sempre, quando há justificação, essa justificação é acessível à consciência do agente epistêmico que tem a crença justificada (ROSA, 2010, p. 187).


I - FUNDACIONALISMO

            O fundacionalismo epistêmico é uma tese sobre a estrutura das crenças que têm uma propriedade epistêmica tal como é racionalizado ou justificado. Os fundacionalistas consideram que o conhecimento é como uma construção, composta de tijolos. A fundação de uma construção é indispensável para sustentá-la.
            Ele se sustenta a partir da posição epistemológica segundo a qual ou uma opinião é evidente ou é incondicionalmente aceitável para quem a expressa e para os outros, ou tal opinião pode ser apoiada por outras até que se chegue a uma opinião evidente.

II – COERENTISMO

            O coerentismo afirma que as proposições são compostas de crenças que estão em relação e a coerência entre elas determina a verdade. Este sistema de crenças que precisa de coerência entre as proposições pode ser demonstrado circularmente ou linearmente.
           

III – CONFIABILISMO

            O confiabilismo considera que a justificação de uma crença se dá pela confiabilidade do processo que produziu.  Nesse sentido, trata-se de um processo comprometido com a condução das crenças à verdade (ROSA, 2010, p. 193). Goldman, apesar de críticas, estabelece o tempo como condição ou cirscunstância para que uma crença seja confiável.

           
GLOSSÁRIO:

Mentalismo: Uma forma de internalismo que considera todos os elementos de justificação de uma crença como estados mentais.
Evidencialismo: É a exigência de evidências no processo de justificação.
 

Bibliografia

ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 3ª ed. Rev. atual. São Paulo: Moderna, 2003.

CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da Filosofia: Dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

MONDIN, B. Introdução à Filosofia: problemas, sistemas, autores, obras. 12ª ed. São Paulo: Paulus, 2001