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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Um sentido para a vida


O QUE É A FELICIDADE?

José Aristides da Silva Gamito*

O que é a felicidade? O que realmente nos faz felizes? Dentre tantas propostas de felicidade no mundo de hoje qual é mais sensata e realista. Todos sejam ser felizes. Nisso todos estão de acordo. As principais fontes de busca da felicidade têm sido a riqueza, o prazer e a fama. Desde o tempo do filósofo Aristóteles tais buscas já existiam. Mas será que isso traz felicidade?
Hoje existem tantos livros de autoajuda que prometem mostrar a fórmula da felicidade. O movimento em torno da teoria chamada de “o segredo” afirma que tudo que desejamos obtemos, muitas igrejas também colocam Jesus o realizador infalível de toda e qualquer felicidade. Podemos acreditar nessas propostas fáceis de felicidade?
As pessoas hoje se tornam infelizes procurando a felicidade. Quando a busca se volta para uma ilusão, a pessoa se frustra. A filosofia nos alerta através dos tempos que se a felicidade confunde com o prazer, não há felicidade sempre. O prazer se esvai. Na vida há dor e há prazer. Se estiver na riqueza, sempre haverá um medo de perda, uma insegurança. A felicidade não combina com isso. O sucesso é ilusório, pois depende muito mais dos outros do que da gente mesmo.
Como a filosofia lida com a questão da felicidade? Vamos ouvir a resposta de dois filósofos: Agostinho e Aristóteles. Agostinho (354-430) considera que a felicidade é possui um bem eterno. Os bens passageiros acabam e não garantem felicidade. Então, a pessoa para ser feliz tem de se conhecer bem, saber dominar as suas emoções, viver com responsabilidade. Porque para Agostinho, ser feliz é alcançar a verdade e a sabedoria. A sabedoria ajuda a pessoa a fazer boas escolhas, a evitar o mal, e a verdade faz com que a pessoa tenha de certeza de está caminhando no rumo certo. A felicidade última está em Deus, pois ele é verdade e sabedoria. A dica de Agostinho não pra ser feliz sem buscar a sabedoria. Quem não aonde quer chegar, também não sabe como caminhar!
Para Aristóteles (384-322), não é possível ser feliz sozinho. O homem depende dos outros. A amizade é importante na busca da felicidade. Ser feliz para esse pensador é também buscar o bem maior, que basta a si mesmo. A gente aprende a ser feliz praticando o bem, sendo justo, verdadeiro. Tudo isso, se aprende praticando. Por fim, Aristóteles diz que a felicidade de todos se faz através da política. Mas política não entendida como “politicagem”, mas como união de esforços para que todos adquiram as coisas necessárias para ser feliz.
Para concluir, qual a lição sobre a felicidade que a filosofia nos deixa? A felicidade não é uma questão de desejar, é educação do a dia a dia. Ela é aprendizagem que se faz com sabedoria. Nenhum título, nenhum bem, nem a leitura de um livro, por si só fazem alguém feliz. Além disso, quer uma felicidade sem o sofrimento é ilusão. Por fim, diria que a felicidade é aquela disposição interior de saber superar com elegância os problemas da vida. Tendo sempre em mente que só bem compensa!

*Bacharel em Filosofia e pós-graduado em Docência do Ensino Básico e Superior

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Bibliografia

ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 3ª ed. Rev. atual. São Paulo: Moderna, 2003.

CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da Filosofia: Dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

MONDIN, B. Introdução à Filosofia: problemas, sistemas, autores, obras. 12ª ed. São Paulo: Paulus, 2001