I - INTRODUÇÃO
Nos séculos XV e XVII ocorreram
profundas transformações políticas, sociais, religiosas e culturais que deram
origem ao que chamamos de Idade Moderna. Durante esse período aconteceu a
Revolução Científica. A partir dela o homem mudou sua visão sobre a natureza em
vez de admirá-la quis transformá-la.
Porém, tudo teve início
com a preocupação com o método adequado de pesquisa. O primado da razão, a
busca da experimentação e a ruptura com o método escolástico perpassaram essas
reflexões sobre o método científico. Juntamente com a busca do método ideal,
surgiram os primeiros tratados específicos sobre a gênese do conhecimento.
Para se ter um método
seguro, era preciso entender como se dá o conhecimento humano. Descartes com o
“Discurso do Método” põe em questão toda a tradição medieval e opta pela
supremacia da razão. Locke, por sua vez, no “Ensaio sobre o Entendimento
Humano” valoriza as experiências provenientes do mundo externo. Mais tarde Kant
fará uma síntese criteriosa sobre essa bipolarização: Racionalismo versus
empirismo. O limiar da Idade Moderna é marcado por uma discussão fundamental
para a filosofia e para a ciência: o que é o conhecimento e como ele ocorre.
É justamente nesse
contexto que surgem as primeiras teorias do conhecimento mais completas. Mas as
primeiras elucubrações sobre o tema estão em Platão e Aristóteles. A clássica
Alegoria da Caverna já acena para a natureza do conhecimento e no Teeteto,
Platão desenvolve uma discussão sobre os tipos de conhecimento.
Na Antiguidade e na Era Medieval,
não podemos falar numa disciplina filosófica específica sobre o conhecimento.
Encontramos muitas reflexões epistemológicas em Platão e Aristóteles, porém,
elas aparecem em textos metafísicas e psicológicos. Poderíamos considerar
fundador da Teoria do Conhecimento, no dizer de Hessen, John Locke, em 1690.
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