1.1. Teoria da Abstração
Se em Agostinho
sentimos os ecos do platonismo, em Tomás de Aquino sentiremos o aristotelismo. Até
o século XI, era valorizado basicamente o pensamento de Platão. A obra de
Aristóteles conhecida era Órganon, ainda não havia conhecimento sobre a
Metafísica e a Física. Os escritos de Aristóteles foram introduzidos na Europa
por intermédio dos árabes. Avicena e Averróis se destacaram como dois
importantes intérpretes de Aristóteles no período.
O intelecto não pode
conhecer o universal, apenas o singular através da experiência sensível. Para
Tomás, o conhecimento se constitui “no processo abstrativo em que o intelecto agente fornece ao
intelecto possível a espécie inteligível, de caráter geral ou universal, obtida
a partir da espécie sensível produzida pelos sentidos e retida na imaginação” (Summa Theologiae).
A
teoria sobre o conhecimento sustentada por Tomás de Aquino segue a perspectiva
aristotélica. Na Summa Theologiae, o
filósofo afirma que os sentidos propiciam o conhecimento. O intelecto faz juízo
a partir da matéria oferecida por eles. “Deste modo, é necessário afirmar que
nosso entendimento conhece as realidades materiais abstraindo-as das imagens” (Summa Theologiae, Questão 81, artigo 1).
A
sede da ciência é o intelecto, porém, sem a concorrência dos sentidos não há
intelecção sobre o mundo. Essa ciência trata do conhecimento do movimento e da
matéria.
O
intelecto se relaciona com os sentidos, voltando-se para as imagens formadas
(fantasmas) por eles e abstraindo-as. A abstração não ocorre diretamente sobre
as coisas, mas sobre a imagem delas. O objeto de conhecer das coisas é a
quididade delas, ou seja, a essência delas. Todo conhecimento se dá por
comparação das coisas sensíveis (BERGER, 2010).
Há
duas faculdades cognoscitivas: O sentido e o entendimento angélico. Essa última
diz respeito ao conhecimento puro. A intelecção é um ato da alma que é a forma
do corpo.
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