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quinta-feira, 5 de maio de 2016

O conhecimento em Tomás de Aquino



1.1.      Teoria da Abstração
         Se em Agostinho sentimos os ecos do platonismo, em Tomás de Aquino sentiremos o aristotelismo. Até o século XI, era valorizado basicamente o pensamento de Platão. A obra de Aristóteles conhecida era Órganon, ainda não havia conhecimento sobre a Metafísica e a Física. Os escritos de Aristóteles foram introduzidos na Europa por intermédio dos árabes. Avicena e Averróis se destacaram como dois importantes intérpretes de Aristóteles no período.
O intelecto não pode conhecer o universal, apenas o singular através da experiência sensível. Para Tomás, o conhecimento se constitui “no processo abstrativo em que o intelecto agente fornece ao intelecto possível a espécie inteligível, de caráter geral ou universal, obtida a partir da espécie sensível produzida pelos sentidos e retida na imaginação” (Summa Theologiae).
A teoria sobre o conhecimento sustentada por Tomás de Aquino segue a perspectiva aristotélica. Na Summa Theologiae, o filósofo afirma que os sentidos propiciam o conhecimento. O intelecto faz juízo a partir da matéria oferecida por eles. “Deste modo, é necessário afirmar que nosso entendimento conhece as realidades materiais abstraindo-as das imagens” (Summa Theologiae, Questão 81, artigo 1).
A sede da ciência é o intelecto, porém, sem a concorrência dos sentidos não há intelecção sobre o mundo. Essa ciência trata do conhecimento do movimento e da matéria.
O intelecto se relaciona com os sentidos, voltando-se para as imagens formadas (fantasmas) por eles e abstraindo-as. A abstração não ocorre diretamente sobre as coisas, mas sobre a imagem delas. O objeto de conhecer das coisas é a quididade delas, ou seja, a essência delas. Todo conhecimento se dá por comparação das coisas sensíveis (BERGER, 2010).
Há duas faculdades cognoscitivas: O sentido e o entendimento angélico. Essa última diz respeito ao conhecimento puro. A intelecção é um ato da alma que é a forma do corpo.

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Bibliografia

ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 3ª ed. Rev. atual. São Paulo: Moderna, 2003.

CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da Filosofia: Dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

MONDIN, B. Introdução à Filosofia: problemas, sistemas, autores, obras. 12ª ed. São Paulo: Paulus, 2001