A FILOSOFIA SE INICIA COM A COSMOLOGIA
Com o surgimento da filosofia (séc.
VI a.C.) os primeiros filósofos buscaram na natureza o princípio de todas as
coisas, a arché. Para Tales, por exemplo, a água ou o úmido é o princípio
de todo o universo: tudo que existe é feito de água.
Ela, “transforma-se a si mesma em
todas as coisas e transforma todas as coisas nela mesma” (CHAUÍ, 2002, p. 57).
Portanto, desde os homens aos seres inanimados, tudo é água. Após Tales muitos
outros filósofos tentaram encontrar esse elemento primordial que deu origem a
tudo.
Posteriormente, na idade média, com
a elaboração dos grandes sistemas filosóficos e teológicos, constrói-se uma
visão em que Deus, numa perspectiva judaico-cristão, é concebido como criador e
organizador de todas as coisas.
Modelos
cosmológicos predominantes: Aproximações e choques
O
papa Francisco fez declarações sobre a ciência durante inauguração de busto em homenagem ao Papa Emérito
Bento XVI (em 2014). Na ocasião
afirmou: "O Big Bang não contradiz a intervenção criadora, mas a exige“ e "evolução
da natureza não é incompatível com a noção de criação, pois exige a criação de
seres que evoluem". Apesar de parecer simples conciliar fé e religião há
milhares de pessoas que não aprovam essas declarações.
O
problema cosmológico está muito presente no cotidiano das pessoas através do
criacionismo. A doutrina da criação está presente nos monoteísmos e eles são
predominantes no ocidente.
A
doutrina da criação
Eis
a ordem básica da narrativa da criação, em Gênesis 1: primeiro, Deus cria a luz
(1,3-5), depois o firmamento (o céu, 1,6-8) e faz surgir das águas a terra e
crescer as plantas (1,9-13); mas o processo é interrompido, porque Deus cria os
astros (1,14-19). Na seqüência, cria os seres vivos: peixes, pássaros, animais
e seres humanos (1,20-31). Tudo numa semana.
Em
Gênesis 2, porém, o universo, antes da intervenção divina, é um deserto sem
água. Em Gênesis 1 só água; aqui, sem água. Ainda não chovera e apenas um
"fluxo" irrigava a terra (2,6 - há muita discussão ainda sobre este texto
e o significado da palavra 'ed). O Senhor forma o primeiro ser humano e planta
um jardim, verdadeiro oásis numa estepe desértica. Essa imagem da criação
reflete a realidade climática e geográfica da Palestina.
A
teoria do Big Bang
A
teoria do Big Bang foi anunciada em 1948 pelo cientista russo naturalizado
estadunidense, George Gamow (1904-1968) e o padre e astrônomo belga Georges
Lemaître (1894-1966). Segundo eles, o universo teria surgido após uma grande
explosão cósmica, entre 10 e 20 bilhões de anos atrás. O termo explosão
refere-se a uma grande liberação de energia, criando o espaço-tempo.
Até
então, havia uma mistura de partículas subatômicas (quarks, elétrons, neutrinos
e suas partículas) que se moviam em todos os sentidos com velocidades próximas
à da luz. As primeiras partículas pesadas, prótons e nêutrons, associaram-se
para formarem os núcleos de átomos leves, como hidrogênio, hélio e lítio, que
estão entre os principais elementos químicos do universo.
Ao
expandir-se, o universo também se resfriou, passando da cor violeta à amarela,
depois laranja e vermelha. Cerca de 1 milhão de anos após o instante inicial, a
matéria e a radiação luminosa se separaram e o Universo tornou-se transparente:
com a união dos elétrons aos núcleos atômicos, a luz pode caminhar livremente.
Cerca de 1 bilhão de anos depois do Big Bang, os elementos químicos começaram a
se unir dando origem às galáxias.
PROPOSTA
DE ATIVIDADES:
a)
Leitura
do verbete cosmologia no dicionário.
b) Seminário sobre a recepção do doutrina
da criação e o big bang.
c) Análise das cosmogonias (mitos de
criação).
d) Exposição sobre o período cosmológico.
e) A cosmologia de Platão e de
Aristóteles.
Referências
GLEISER, Marcelo. A
Dança do Universo. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
HAWKING, Stephen W. Breve
História do Tempo: Do Big Bang aos Buracos Negros. Lisboa: Gradiva,
1994.
JAPIASSÚ, Hilton e
MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio
de Janeiro: Zahar, 2008.
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