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quarta-feira, 2 de julho de 2025

TEORIA DA MENTE EPICURISTA

 TEORIA DA MENTE EPICURISTA SEGUNDO NIKOLAI A. GUTIERREZ

 

A Teoria da Mente Epicurista é um tópico central na filosofia de Epicuro, gerando debates significativos sobre se ele era um reducionista ou um não-reducionista em relação à mente. A avaliação correta dessa posição tem amplas implicações para a plausibilidade do Epicurismo como uma explicação da mente.

Os especialistas se dividem em suas interpretações:

Ø  Julia Annas argumenta que Epicuro era um não-reducionista.

Ø  Tim O’Keefe argumenta que Epicuro era um reducionista.

A discussão sobre o reducionismo de Epicuro está profundamente ligada ao debate entre reducionismo e não-reducionismo na filosofia da mente contemporânea. O autor do texto argumenta que há evidências de que os epicuristas eram não-reducionistas, e que eles mantinham uma forma primitiva do que se pode chamar de visão "emergentista" das propriedades mentais.

Duas Perspectivas Sobre o Reducionismo Epicurista

1. A Não-Redução de Annas Julia Annas, em sua obra Hellenistic Philosophy of Mind, defende que Epicuro era um não-reducionista. Seu argumento é primariamente negativo: ela argumenta que Epicuro não poderia ter sido um reducionista, baseando-se em uma passagem da obra de Epicuro Sobre a Natureza 25. Annas descreve o pensamento epicurista como fisicalista, significando que tudo o que existe é físico e pode ser explicado pelas leis da física. Isso se contrasta com o dualismo, que postula duas categorias radicalmente diferentes de coisas no universo: físicas e psicológicas. Os epicuristas eram fisicalistas, pois acreditavam que todos os fenômenos resultam do movimento de átomos através do vazio.

Annas define os termos chave da seguinte forma:

v  Fisicalismo: A ideia de que tudo o que existe é físico, ou seja, se enquadra nas leis da física e pode ser descrito e explicado usando apenas conceitos e métodos da física.

v  Reducionismo: A tese de que itens de um tipo podem ser 'reduzidos' a itens de outro tipo, por exemplo, a mente pode ser reduzida ao corpo. Pode ser caracterizado pela máxima "existem X, mas eles podem ser reduzidos a Y".

v  Eliminativismo: Um tipo particular de reducionismo que sugere que nossa linguagem "pré-filosófica" sobre certos fenômenos "não corresponde a nada real". É caracterizado pela máxima "na verdade não existem X, apenas Y".

Para Annas, Epicuro é um não-reducionista porque ele nega que as propriedades mentais possam ser facilmente reduzidas a propriedades atômicas. Ela baseia essa conclusão em Sobre a Natureza 25, onde Epicuro argumenta contra um proponente do atomismo democriteano que afirmava que tudo acontece por necessidade. Epicuro considerava essa posição inconsistente e autorrefutável.

No entanto, O'Keefe critica Annas por confundir reducionismo com eliminativismo. Para Annas, o reducionista quer tratar os fatos sobre a agência humana como "mera aparência" dos fatos sobre os átomos, sugerindo que não são reais. O'Keefe argumenta que o reducionista pode aceitar que a mente é real; é o eliminativista quem "explica" os fenômenos mentais para que deixem de existir.

Annas explica que a alma (psique) epicurista é composta por quatro tipos de átomos: semelhantes ao fogo, ao ar, ao sopro (pneuma) e um tipo inominável. Ela enfatiza que esses átomos são semelhantes aos elementos, não idênticos, e que o elemento inominável é crucial para a sensação, pensamento e emoção, sendo a única entidade puramente teórica no Epicurismo. A relação entre a alma e o corpo é de interdependência, onde "alma e corpo epicuristas precisam um do outro para existir e funcionar como alma e corpo".

2. O Reducionismo de O'Keefe Tim O'Keefe, por outro lado, defende que Epicuro era um reducionista em relação à mente. Ele interpreta Sobre a Natureza 25 como uma evidência que apoia sua própria visão.

O'Keefe define o reducionismo epicurista da seguinte forma: "corpos macroscópicos não são 'irredutivelmente diferentes' em tipo dos átomos, nem possuem poder causal além dos átomos. Em vez disso, são apenas agregados de átomos, de modo que quaisquer propriedades que possuam, incluindo poderes causais, podem ser explicadas referindo-se aos átomos que os constituem, juntamente com suas relações espaciais, movimento, etc.". Para ele, os processos mentais são identificados com processos atômicos.

O'Keefe aponta três implicações de sua visão de reducionismo:

 

v  A mente é real: Afirmar que a mente é real não impede o reducionismo. A mente é identificada com um grupo de átomos, e se os átomos são reais, a mente também é.

v  Agregados podem ter propriedades que as partes não têm: A alma possui capacidades (perceber, deliberar, sentir emoções) que os átomos individuais não possuem, mas isso não significa que Epicuro não seja um reducionista. Um reducionista pode explicar essas propriedades de "nível superior" (como chorar) em termos das propriedades e arranjos dos agregados atômicos.

v  Elementos estruturais são utilizados nas explicações: Epicuro e Lucrécio utilizam as propriedades estruturais dos corpos (tipos de átomos, relações espaciais, emaranhados) para explicar seu comportamento. Isso é consistente com o reducionismo, que pode considerar a organização das partes.

O'Keefe argumenta que Lucrécio frequentemente explica as capacidades mentais "de baixo para cima" (bottom-up), apelando para as propriedades e relações espaciais dos átomos que compõem a mente. Ele cita passagens onde os temperamentos são explicados pelos tipos de átomos predominantes na alma dos animais e das pessoas.

Em relação a Sobre a Natureza 25, O'Keefe interpreta que Epicuro está argumentando que os humanos podem modificar seus temperamentos naturais através da razão, que ele explica como um processo onde as disposições congênitas são reformadas. Ele enfatiza que isso não é devido a um "eu radicalmente emergente agindo sobre os átomos de maneira misteriosa, mas, diz Lucrécio, simplesmente a razão". A razão permite aos humanos receber e responder a informações do ambiente de maneiras que os animais não conseguem, e as crenças também desempenham um papel, permitindo que a responsabilidade (louvor/culpa) seja atribuída.

Implicações do Reducionismo e a Proposta do Emergentismo Epicurista

O autor do texto argumenta que a distinção de O'Keefe entre reducionismo e eliminativismo, embora importante, não resolve o dilema fundamental para os epicuristas. A principal preocupação dos epicuristas e de seus críticos é a eficácia causal das propriedades mentais e sua autonomia.

A intuição subjacente é que explicar a mente em termos de átomos, ou identificar a mente com propriedades atômicas, parece minar a ideia de que a mente tem poder causal próprio. Se o reducionismo deixa todo o "trabalho pesado" causal para eventos físicos, não fica claro como os estados mentais desempenham um papel na "cadeia causal".

O reducionismo, mesmo que evite o eliminativismo, ainda parece classificar os fenômenos mentais como "de necessidade" ou "por acaso", categorias que Epicuro queria evitar. Epicuro buscava uma terceira categoria: fenômenos que acontecem "por nossa própria agência" (em grego, "par' hemas", "que dependem de nós"). Mesmo a superveniência sincrônica (onde uma mudança nos estados mentais é acompanhada por uma mudança nos estados físicos, mas não necessariamente uma relação causal), embora evite o determinismo causal direto, ainda não mostra como os estados mentais são "nossos" ou têm poderes causais novos.

Para superar essa dificuldade, o autor propõe uma interpretação emergentista da mente epicurista.

O Emergentismo na Teoria da Mente Epicurista O emergentismo, na filosofia da mente contemporânea, sugere que sistemas complexos exibem propriedades genuinamente novas que são irredutíveis e não podem ser totalmente previstas ou explicadas apenas pelas propriedades de suas partes constituintes. No entanto, o autor tenta argumentar que o Epicurismo pode ser emergentista e ainda assim fundamentalmente fisicalista.

Os dois componentes essenciais do emergentismo são:

1. Superveniência: Os estados mentais covariam de forma confiável com os estados físicos. Isso estabelece uma ligação confiável entre o físico e o mental, mas não explica por que essa dependência existe, e por si só não é suficiente para o fisicalismo.

2. Causalidade Descendente (Downward Causation): As propriedades de nível superior (mentais) têm uma influência causal sobre o fluxo de eventos em um nível inferior (físico), os mesmos níveis dos quais elas emergem. É essa causalidade descendente que permite categorizar o comportamento humano e os estados mentais como "que dependem de nós".

Como o Epicurismo pode ser Emergentista:

v  Composição da Psique: Lucrécio descreve a psique como composta por quatro tipos de átomos: calor, sopro, ar e um elemento inominável. Esses átomos são finos, minúsculos e redondos, e a psique tem uma forma gasosa e dinâmica. O elemento inominável é crucial, pois "imparte o ímpeto do movimento de onde a sensação começa". Isso é consistente com o fisicalismo.

v  A Psique como "Motor" da Sensação: A Carta a Heródoto descreve uma interdependência entre mente e corpo, mas enfatiza que a alma é "mais responsável pela percepção sensorial". O corpo atua como um "recipiente" ou "vaso" para a psique, impedindo que ela se dissipe.

v  A Geração de "Poder" e Fenômenos Mentais: Epicuro afirma que a psique, através de seu movimento, "imediatamente produziu para si mesma uma propriedade de percepção sensorial e então a deu (por causa de sua proximidade e relacionamento harmonioso) também ao corpo". O autor interpreta isso como um processo de três etapas:

1. Os quatro tipos de átomos da psique exibem um tipo particular de movimento.

2. Esses movimentos dão origem a um tipo de "poder" ou capacidade da psique (uma faculdade mental geral).

3. Este "poder" então produz fenômenos mentais individuais, como percepção sensorial, pensamento, emoção e memória.

v  Não-Redutibilidade e Causalidade Descendente: Essa estrutura em três etapas sugere que os fenômenos mentais individuais são propriedades não-redutíveis, pois não podem ser previstos ou são idênticos a qualquer uma das subestruturas físicas da psique. Não há uma correspondência um-para-um entre fenômenos mentais individuais e fenômenos atômicos individuais, o que os torna não-redutíveis. No entanto, são considerados físicos porque a faculdade mental geral (o "poder") emerge de uma subestrutura física subjacente.

v  A Razão como Propriedade Emergente: Lucrécio explica que, embora os temperamentos iniciais em humanos sejam determinados atomicamente (como em animais), a razão pode "apagar" ou "superar" essas "naturezas inatas". A razão é interpretada como um desses estados mentais não-redutíveis produzidos pelo "poder" da psique, que exerce influência causal descendente sobre as disposições atômicas, distinguindo os humanos dos animais e permitindo o louvor e a culpa.

A Ameaça do Determinismo Permanece

Apesar de a interpretação emergentista oferecer uma solução promissora para o dilema epicurista, ela enfrenta sérias questões conceituais inerentes ao próprio emergentismo na filosofia da mente contemporânea.

Os principais desafios incluem:

v  Tensão entre Superveniência e Imprevisibilidade: Se as propriedades emergentes são imprevisíveis a partir de suas partes constituintes, como a superveniência (que implica uma covariância confiável e, portanto, certa previsibilidade) pode ser reconciliada com a irredutibilidade do emergentismo?.

v  Incoerência da Causalidade Descendente: A ideia de causalidade descendente (onde uma propriedade emerge de um nível inferior e, ao mesmo tempo, influencia esse mesmo nível inferior) é vista como paradoxal e com um "ar de autocausalidade". Como um "poder" mental pode exercer influência causal sobre os átomos constituintes da psique se esses mesmos átomos ainda estão dando origem a esse "poder"?.

v  Variedade vs. Faculdade Mental Geral: Há ambiguidade sobre como a grande variedade de eventos mentais individuais pode surgir sem uma mudança significativa na faculdade mental geral ou como essa faculdade mental pode mudar sem uma mudança significativa nos átomos que a constituem.

v  O Problema do Acaso/Aleatoriedade: Se os eventos mentais individuais podem variar amplamente sem necessidade de mudança na faculdade mental geral, há o risco de classificá-los como caóticos e, talvez, aleatórios, o que os epicuristas queriam evitar. A "guinada" (swerve) dos átomos, que Diógenes de Enoanda e Lucrécio mencionam como o que "quebra as leis do destino" e evita a "causa seguindo a causa inexoravelmente para sempre", introduz um elemento de imprevisibilidade. No entanto, os epicuristas não queriam que os eventos mentais fossem meramente acidentais ou por "chance".

Em suma, embora a interpretação emergentista seja a melhor abordagem para o problema do determinismo na mente epicurista, as questões conceituais subjacentes ao emergentismo geral permanecem sem solução satisfatória. A plausibilidade da teoria epicurista, sob essa luz emergentista, depende, portanto, dos desenvolvimentos futuros na filosofia da mente e na neurociência.

 

Resumo de:

 

GUTIERREZ, Nikolai A. Epicurean Theory of Mind. Master’s Thesis. San Diego State University, Fall 2015.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

 

História da Filosofia no Brasil

  • Século XVI ao XVIII

Corrente Filosófica: Segunda Escolástica Portuguesa

Principais Pensadores: Manoel da Nóbrega, Gomes Carneiro, Nuno Marques Pereira e Souza Nunes, Antônio Vieira. Síntese das Ideias:

A filosofia foi introduzida no Brasil pelos colégios jesuítas. Em 1572, começa o ensino da disciplina no Colégio da Bahia. E, em 1580, no Colégio de Olinda. Portanto, o pensamento é introduzido no final do século. E se caracteriza basicamente pelo tomismo.

  • 1772 a 1830

Corrente Filosófica: Empirismo mitigado

Principais Pensadores: Luiz Antônio Verney, Silvestre Pinheiro Ferreira. Marquês de Pombal (Patrocinador das reformas educacionais que possibilitaram a adoção do empirismo). Síntese das Ideias:

Com as reformas do Marquês de Pombal surgiu o empirismo mitigado que era caracterizado por uma visão cientificista. Silvestre Pinheiro Ferreira introduziu no Brasil o empirismo e inaugurou um movimento de reação anti-escolástica, reinterpretando Aristóteles com base no empirismo.

  • 1818 a 1830

Corrente Filosófica: Kantismo e Krausismo

Principais Pensadores: Martim Francisco Ribeiro de Andrada, Antônio Ildefonso Ferreira, Diogo Antônio Feijó, Vicente Ferrer Neto Paiva. Síntese das Ideias:

A entrada da filosofia kantiana no Brasil se deu pela primeira vez através de Martim Francisco Ribeiro de Andrada (1775-1844) que ministrou aulas sobre Kant em São Paulo. Já o krausismo entrou por meio de Neto Paiva e pretendia a superação do empirismo e defendia o liberalismo moderado. Salientava a participação do espírito no processo cognitivo. No Brasil, tentou se eliminar o sensualismo.

1850 a 1880

Corrente Filosófica: Ecletismo espiritualista

Principais Pensadores: Eduardo Ferreira França, Domingo Gonçalves de Magalhães. Síntese das Ideias:

Os ecléticos procuraram dar uma resposta espiritualista ao problema do homem e da liberdade. Eles retomaram o aspecto espiritual negligenciado pelo empirismo.

  • 1840 a 1870

Corrente Filosófica: Tradicionalismo

Principais Pensadores: Romualdo Antônio de Seixas, Antônio Rangel Torres Bandeira, Pedro Autran da Mata Albuquerque, Braz Florentino Henrique de Souza. Síntese das Ideias:

Romualdo, arcebispo da Bahia, na década de 40, passou a combater o ecletismo. Propunha o tradicionalismo e defendia a monarquia constitucional. O religioso editou o “Compêndio de Filosofia Elementar”.

  • 1870

Corrente Filosófica: Surto de novas ideias

Principais Pensadores: Miguel Lemos, Teixeira Mendes, Pereira Barreto, Tobias Barreto, Sílvio Romero, Clóvis Bevilacqua, Artur Orlando, Fausto Cardoso. Síntese das Ideias:

Na década de 70 do século XIX, houve segundo Sílvio Romero um “surto de novas ideias”. Com as transformações sociais e políticas dentro do Império passa predominar no país o espírito crítico.

  • 1870 a 1930

Corrente Filosófica: Positivismo

Principais Pensadores: Miguel Lemos, Teixeira Mendes, Luís Pereira Barreto, Alberto Sales, Pedro Lessa, Paulo Egydio, Ivan Lins, Júlio de Castilhos, Benjamin Constant Botelho de Magalhães. Síntese das Ideias:

O positivismo prima pelo cientificismo que se caracteriza como um movimento de exaltação da ciência e de apresentação da mesma à sociedade como indispensável. Então, a idéia de ciência é aplicada a todas as esferas da vida.

  • 1860 a 1914

Corrente Filosófica: Escola de Recife

Principais Pensadores: Tobias Barreto, Sílvio Romero, Artur Orlando. Síntese das Ideias:

A Escola de Recife foi iniciada por Tobias Barreto na década de 60 do século XIX. Propõe-se a combater o positivismo, entende a filosofia no sentido neo-kantiano como crítica da ciência. A escola desenvolve o culturalismo, ou seja, a criação humana é vista como objeto filosófico.

  • 1893 a 1923

Corrente Filosófica: Castilhismo

Principais Pensadores: Júlio de Castilho, Borges de Medeiros. Síntese das Ideias:

Esta teoria política propõe que o poder legislativo não seja autônomo, as leis são elaboradas pelo executivo. A presidência tem direito à reeleição, prima-se por um autoritarismo republicano. A origem do poder é o saber.

  • 1930

Corrente Filosófica: Marxismo

Principais Pensadores: Leônidas de Rezende, Hermes Lima, Edgardo de Castro Rabelo, Caio Prado Júnior. Síntese das Ideias:

O marxismo teve dois segmentos: O acadêmico e o político. Este foi representado por Caio Prado Júnior.

  • 1930 a 60

Corrente Filosófica: Surto tomista

Principais Pensadores: Leonel Franca, Alceu Amoroso Lima, Leonardo Van Acker. Síntese das Ideias:

Nesta fase, vários pensadores brasileiros faz conciliações do tomismo com outras filosofias: Alvino Moser (existencialismo), Antônio Joaquim Severino (fenomenologia), Evaldo Pauli (kantismo) e Ireneu Penna (maritainismo).

  • A partir da década de 40
  • Corrente Filosófica: Culturalismo

Principais Pensadores: Alcides Bezerra, Djacir Menezes, Miguel Reale. Síntese das Ideias:

É uma das mais importantes correntes filosóficas do século XX. É uma corrente herdeira da crítica ao positivismo feita pela Escola de Recife. Esta corrente quebrou o cientificismo vigente no país e centrou seu pensamento sobre o homem e na sua criação (cultura).

  • A partir da década de 60

Corrente Filosófica: Socialismo e Projeto imanentista da libertação

Principais Pensadores: Henrique Cláudio de Lima Vaz, Leonardo Boff e Paulo Freire. Síntese das Ideias:

A característica desses pensadores é a pobreza e a libertação como temas discussão filosófica e teológica. Próximo a esse grupo destaca-se o marxista Caio Prado Júnior.

Filosofia brasileira

 PANORAMA DA FILOSOFIA NO BRASIL

 

Introdução

 

Thiago Ferreira dos Santos no artigo intitulado “Panorama histórico da filosofia no Brasil: da chegada dos jesuítas ao lugar da filosofia na atualidade” traça um panorama histórico do pensamento filosófico no Brasil, dividido em três períodos principais: o Colonial, o Imperial e o Republicano. Cada um desses períodos apresenta características e representantes distintos que refletem o movimento histórico e as circunstâncias do país.

 

a)   Brasil Colonial (Século XVI até a segunda metade do Século XVIII):

 

  • v  A filosofia foi inicialmente implantada pelos jesuítas a partir do século XVI.
  • v  Eles iniciaram a construção de um pensamento filosófico e teológico seguindo modelos europeus.
  • v  Os jesuítas estavam alinhados com as propostas do Concílio de Trento, buscando a expansão do cristianismo e a defesa da ortodoxia católica.
  • v  O ensino era de cunho tomista e se fundamentava na segunda escolástica portuguesa.
  • v  O método de ensino seguia rigidamente a Ratio Studiorum, uma coletânea que guiava as atividades acadêmicas da Companhia de Jesus, baseada em Tomás de Aquino e Aristóteles.
  • v  Os séculos XVI e XVII seguiram basicamente os ensinamentos escolásticos.
  • v  A filosofia passou a ser ensinada em nível superior no chamado Colégio do Rio.
  • v  Representantes dessa fase inicial incluem Manoel da Nóbrega, Gomes Carneiro, Nuno Marques Pereira e Souza Nunes, defensores do “Saber de Salvação”, que priorizava o divino em detrimento do corpóreo e material.
  • v  A partir da segunda metade do século XVIII, surge o Empirismo Mitigado em oposição ao tomismo jesuítico.
  • v  Essa corrente buscava reduzir o conhecimento filosófico válido a um empirismo cientificista, influenciado pelo iluminismo europeu.
  • v  O principal representante foi Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, cuja proposta influenciou a organização das primeiras instituições de ensino superior no Brasil, de cunho cientificista-pombaliano.
  • v  Posteriormente, Silvestre Pinheiro Ferreira propôs uma superação do Empirismo Mitigado com uma ideia de Empirismo influenciada por Locke e um Aristóteles reinterpretado empiricamente. Ele se moveu contra a escolástica e desenvolveu ideias em termos humanos, filosóficos e políticos.

 

b)   Brasil Imperial (Século XIX)

 

  • v  Após a independência em relação a Portugal, o pensamento filosófico enfrentou problemas relacionados à liberdade e consciência.
  • v  Nesse período, surge o Ecletismo, que tentava responder às questões de consciência e liberdade por meio de uma aproximação do espiritualismo e do empirismo.
  • v  Representantes principais do Ecletismo foram Eduardo Ferreira França (fundamentações filosóficas para a liberdade política) e Gonçalves de Magalhães (soluções mais espiritualistas, oposição corpo/alma).
  • v  Com o “surto de ideias novas”, surgem novas discussões que reagem ao Ecletismo.
  • v  O Positivismo de Comte passa a vigorar de forma importante, influenciando a cultura brasileira em termos de visão de mundo.
  • v  As propostas cientificistas do Marquês de Pombal no período colonial impulsionaram a aceitação das ideias positivistas, que se manifestaram de formas diversas (ortodoxa, política, militar).
  • v  Representantes do Positivismo incluem Miguel Lemos, Teixeira Mendes, Luís Pereira Barreto, Alberto Sales, Pedro Lessa, Paulo Egydio, Ivan Lins, Júlio de Castilhos e Benjamin Constant Botelho de Magalhães.
  • v  Em oposição ao positivismo, surge a Escola de Recife, um movimento importante que trouxe questões sociológicas, culturais, folclóricas, jurídicas para o pensamento filosófico brasileiro.
  • v  Nascida na Faculdade de Direito de Recife, teve como líder Tobias Barreto e foi representada também por Silvio Romero.
  • v  Esses pensadores, herdeiros de um kantismo, trabalharam a filosofia num plano epistemológico, introduzindo discussões de cunho transcendental.
  • v  A Escola de Recife trouxe uma nova concepção de cultura, vista como algo que diz respeito unicamente ao ser humano, transcendendo as condições naturais.

 

c)    Brasil República (Século XX até a atualidade)

 

  • v  No início do século XX, o pensamento filosófico ainda estava muito influenciado pelas correntes positivistas.
  • v  No entanto, o movimento contrário iniciado pela Escola de Recife se cristalizou no cenário nacional.
  • v  Uma das correntes mais importantes que surge como crítica ao positivismo é o Culturalismo, considerado herdeiro da proposta da Escola de Recife.
  • v  O Culturalismo traz à tona questões de cunho antropológico e social.
  • v  Seu principal representante é Farias Brito, considerado um dos grandes filósofos brasileiros e herdeiro das ideias de Tobias Barreto. Outros nomes incluem Washington Vita e Miguel Reale.
  • v  Outra corrente filosófica que surge no período republicano é a Teologia da Libertação.
  • v  Busca uma união da filosofia com a teologia, produzindo um diálogo teológico com o marxismo.
  • v  Propõe um ideal de libertação para os povos que sofrem desigualdades, refletindo essa problemática. Seu expoente é Leonardo Boff.
  • v  Além disso, elementos existencialistas também são possíveis de se propor no pensamento filosófico do século XX.

Conclusões

 

É importante notar que a ideia de uma filosofia brasileira e sua originalidade são temas problemáticos e exigem reflexão. Alguns críticos, como Roberto Gomes em sua “Crítica da Razão Tupiniquim”, questionam a originalidade do projeto filosófico no país, vendo-o como uma reprodução de modelos estrangeiros alheios às questões nacionais. No entanto, outros, como Jorge Jaime e Júlio Cabrera, argumentam que, mesmo com influências externas, pensadores brasileiros abordaram e apresentaram reflexões próprias que tiveram e têm forte influência na construção do pensamento brasileiro. A filosofia no Brasil se desenvolveu em conexão com a tradição filosófica universal, mas suas questões foram problematizadas em relação aos contextos locais e circunstanciais.

 

REFERÊNCIA:

 

SANTOS, Thiago Ferreira dos. Panorama Histórico da Filosofia no Brasil: da chegada dos jesuítas ao lugar da filosofia na atualidade. Seara Filosófica, n. 12, Inverno, p. 126-140, 2016.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

O problema da linguagem de Agostinho até Tomás de Aquino

 FILOSOFIA DA LINGUAGEM: DE AGOSTINHO A TOMÁS

 

1 - TEORIA DA LINGUAGEM DE AGOSTINHO

 

Santo Agostinho (354-430 d.C.), um dos mais influentes filósofos da Idade Média, desenvolveu uma teoria da linguagem complexa e multifacetada, explorando a natureza dos signos, a origem da linguagem e a relação entre pensamento e linguagem. Suas ideias, expressas em obras como "De Magistro" e "Confissões", continuam a influenciar a filosofia da linguagem até hoje.

Principais ideias de Agostinho sobre a linguagem:

a)    A linguagem como sistema de signos:

     Agostinho via as palavras como signos, ou seja, entidades que representam outras coisas. Ele explorou a natureza dos signos e como eles funcionam para comunicar significado. Para ele, as palavras eram ferramentas para abrir novos conteúdos de conhecimento, essenciais para a argumentação filosófica e teológica.

b)   A origem da linguagem:

     Em "Confissões", Agostinho descreve sua teoria da aquisição da linguagem, na qual as crianças aprendem a associar palavras a objetos por meio da observação e repetição. Essa teoria, conhecida como teoria ostensiva da aprendizagem linguística, foi criticada por Wittgenstein, mas ainda é relevante para a discussão sobre a aquisição da linguagem.

c)    A relação entre pensamento e linguagem:

     Agostinho argumentava que o pensamento precede a linguagem e que as palavras são usadas para expressar os pensamentos internos. Ele introduziu o conceito do "verbo interior", a ideia de que o pensamento é uma forma de linguagem interna que precede a linguagem externa. O conceito é a palavra interior ou verbo interno. Na realidade, o que se quer comunicar é o verbo interior, e por isso usamos os verbos exteriores, orais ou escritos.

d)   A finalidade da linguagem:

     Seguindo os estoicos, para Agostinho a linguagem tem como finalidade ensinar ou recordar. De fato, para ele, ensinar e recordar se identificam, de acordo com a teoria do conhecimento como recordação (anámnese) que toma dos neoplatônicos.

e)    A natureza do significado:

     Agostinho explorou a natureza do significado, distinguindo entre o significado das palavras e a referência dos objetos que elas representam. Ele também reconheceu a distinção entre uso e menção, ou seja, entre usar uma palavra para se referir a um objeto e usar uma palavra para se referir a si mesma.

f)    A linguagem como ferramenta para o conhecimento:

     Agostinho via a linguagem como um meio de entender e interpretar a realidade, mas não como a fonte do conhecimento em si. Ele argumentava que o conhecimento verdadeiro vem da iluminação divina, do "mestre interior" que habita em cada pessoa.

Em resumo, Agostinho desenvolveu uma teoria da linguagem sofisticada e influente, que explorou a natureza dos signos, a origem da linguagem, a relação entre pensamento e linguagem, e a natureza do significado.

 

2 - A LINGUAGEM DURANTE A IDADE MÉDIA

 

Durante a Idade Média, a filosofia da linguagem passou por um desenvolvimento significativo, com filósofos explorando as complexidades da linguagem e sua relação com o pensamento e a realidade. Selecionamos as principais ideias sobre a linguagem deste período:

 

a)      A relação entre linguagem e pensamento: Filósofos como São Tomás de Aquino enfatizaram a conexão intrínseca entre linguagem e pensamento. Eles argumentaram que as palavras são sinais de conceitos mentais e que esses conceitos, por sua vez, refletem a realidade. A ideia do “verbo mental” ou conceito como intermediário entre o signo linguístico externo e o objeto significado foi uma contribuição de Santo Tomás de Aquino, tomando ideias de Aristóteles e Santo Agostinho.

b)     A teoria da suposição: A teoria da suposição, que examina como os termos se referem a coisas em diferentes contextos, foi um tema central na lógica medieval. Filósofos como William de Sherwood e Pedro Hispano desenvolveram classificações elaboradas de suposição, distinguindo entre diferentes tipos de referência.

c)      As formas de significação: A teoria dos modos de significação, que explora como as palavras adquirem significado por meio de suas relações com outras palavras em uma frase, também foi uma área de interesse. São Tomás de Aquino reuniu a tradição dos "modi significandi" ou "modistae" com os estudos das "proprietates terminorum". Os “modi significandi” correspondem aos modos de compreender e estes aos modos de ser.

d)      A distinção entre significância e suposição: Os filósofos medievais distinguiam cuidadosamente entre o significado de um termo (seu significado geral) e sua suposição (sua referência em um contexto específico). São Vicente Ferrer, por exemplo, antecipou conceitos da filosofia analítica moderna ao separar claramente esses dois aspectos do significado.

e)      Lógica terminista: A lógica terminista, que se concentrava na análise de termos individuais e suas propriedades semânticas, foi uma inovação importante desse período. Filósofos como William de Ockham e John Buridan contribuíram para o desenvolvimento deste ramo da lógica.

 

Em suma, os filósofos do início da Idade Média fizeram contribuições importantes para a filosofia da linguagem, explorando a relação entre linguagem, pensamento e realidade e desenvolvendo teorias sofisticadas de significado e referência.

 

3 - FILOSOFIA DA LINGUAGEM E A LÓGICA TERMINISTA

 

O estudo da linguagem na filosofia desenvolvida na Idade Média, em grande parte, se resume a uma lógica terminista. Ela se concentra no estudo e na análise dos "termos" ou palavras dentro das proposições. Diferentemente da lógica aristotélica tradicional, que se concentrava na estrutura geral dos silogismos, a lógica terminista investiga as propriedades semânticas de termos individuais e sua função dentro de frases.

Seguem alguns temas da lógica terminista:

Ø Propriedades dos termos: Os lógicos terministas estavam interessados ​​nas várias propriedades dos termos, como sua significação (o que a palavra significa em si mesma) e sua suposição (como a palavra se refere às coisas dentro de uma proposição). Eles também analisaram a cópula (a função dos adjetivos e verbos) e o apelo (a referência de um termo a algo existente).

Ø Suposição: A teoria da suposição era central para a lógica terminista. Diferentes tipos de suposição foram explorados, como suposição material (quando um termo se refere a si mesmo), suposição simples (quando se refere a um conceito) e suposição pessoal (quando se refere a indivíduos). Foram analisadas as complexidades de como os termos mudam de significado e referência dependendo do contexto da proposição.

Ø Análise da linguagem: A lógica terminista envolvia uma análise detalhada da linguagem, prestando atenção às sutilezas da gramática e da semântica. Ela procurou esclarecer as ambiguidades e paradoxos que surgem do uso da linguagem natural.

Ø Nominalismo: Muitos lógicos terministas se inclinaram para o nominalismo, a ideia de que universais (conceitos gerais) são simplesmente nomes ou conceitos mentais, em vez de entidades reais. Essa abordagem influenciou sua análise de suposição e sua compreensão de como os termos se referem às coisas.

Ø Inovações: A lógica terminista medieval trouxe inovações ao campo da semântica e abriu caminho para desenvolvimentos posteriores na lógica e na filosofia da linguagem.

 

     Os filósofos medievais contribuíram significativamente para o desenvolvimento da lógica terminista, especialmente durante o final da Idade Média. São:

 

Ø  Guilherme de Ockham (1295-1349): Ele é considerado um dos principais expoentes do nominalismo e teve grande influência na lógica terminista. Ele fez uma análise profunda dos termos e suas propriedades, especialmente a suposição. Seu foco na linguagem e na lógica influenciou o desenvolvimento posterior da filosofia da linguagem.

Ø  Walter Burley (1274/1275-pós 1345): Ele também fez contribuições importantes para a lógica terminista, especialmente no estudo da suposição. Sua obra foi caracterizada pelo rigor formal e pela defesa da lógica tradicional contra inovações nominalistas.

Ø  John Buridan (c. 1358 ou 1366): Ele foi outro importante lógico terminista que trabalhou na tradição nominalista de Ockham. Ele fez uma análise detalhada da suposição e outras propriedades dos termos. Suas obras tiveram grande influência na lógica posterior.

Ø  Pedro Hispano (1205-1277): Seu "Tractatus" ou "Summule logicales" foram de grande importância para o desenvolvimento da lógica terminista. Em suas obras, ele discute as propriedades dos termos significação, suposição e cópula.

Ø  Guilherme de Sherwood (1200/1210-1267): Ele é visto como o grande sistematizador de muitos elementos dispersos. Em suas obras, as propriedades dos termos significado, suposição, cópula e apelo são bem detalhadas.

 

4 - LINGUAGEM E SIGNIFICAÇÃO EM TOMÁS DE AQUINO

 

Tomás de Aquino (1225-1274), um dos maiores filósofos da Idade Média, desenvolveu uma teoria da linguagem que buscava integrar as tradições filosóficas gregas e medievais. Sua abordagem, profundamente influenciada por Aristóteles e Agostinho, explorou a relação entre linguagem, pensamento e realidade.

Principais ideias de Tomás de Aquino sobre a linguagem:

a)      O conceito como mediador:

v  Tomás de Aquino via o conceito, ou "verbo mental", como um intermediário entre a palavra e a coisa. Essa ideia, inspirada em Aristóteles e Agostinho, enfatiza o papel do pensamento na significação.

v  A palavra é um signo do conceito, que por sua vez é um signo da coisa. Assim, a palavra nos leva a compreender o conceito, que nos conduz ao objeto.

b)      Significatio, suppositio e modi significandi:

v  Tomás de Aquino integrou as teorias dos "modi significandi" (modos de significar) e das "proprietates terminorum" (propriedades dos termos).

v  Os "modi significandi" exploram como as palavras adquirem significado em relação a outras palavras na oração.

v  As "proprietates terminorum" analisam as propriedades semânticas dos termos, como a significação (o conteúdo da palavra) e a suposição (a referência da palavra no contexto).

v  Tomás de Aquino também explora a copulação, que é a capacidade dos adjetivos de serem predicados.

c)      A semântica da proposição:

v  Tomás de Aquino aprofundou a análise da semântica da proposição, explorando a relação entre sujeito (S) e predicado (P).

v  Ele combinou as relações de inerência e identidade, argumentando que S e P se relacionam como matéria e forma, indicando tanto identidade material quanto distinção formal.

v  Tomás de Aquino rejeita a teoria da identidade nominalista, e se aproxima de conceitos que serão propostos por Frege e Russel.

d)      A importância da linguagem:

v  Para Tomás de Aquino, a linguagem humana é um sistema de signos sensíveis pelos quais o homem transmite mensagens de caráter espiritual.

v  A linguagem tem a missão de conduzir o ser humano para além do meramente transitório.

Tomás de Aquino desenvolveu uma teoria da linguagem que buscava integrar as tradições filosóficas gregas e medievais. Sua abordagem, que enfatizava o papel do pensamento na significação e explorava as complexidades da semântica proposicional, teve um impacto duradouro na filosofia da linguagem.

 

ANEXO

 

TABELA SOBRE LINGUAGEM NA IDADE MÉDIA

 

AUTOR

IDEIAS SOBRE LINGUAGEM

01

Porfírio de Tiro

Questionou se gêneros e espécies são realidades subsistentes ou conceitos mentais.

Levantou o problema da relação entre nomes e coisas.

02

Severino Boécio

Defendeu que universais são entes reais e incorpóreos.

Argumentou que universais são essências imanentes aos objetos concretos.

Considerou universais como ideias de Deus, com influência platônica.

03

Pedro Abelardo

Adotou o nominalismo, vendo universais como nomes e noções, não coisas reais.

Argumentou que termos gerais são predicados lógicos, não substâncias.

Desenvolveu o conceitualismo, vendo universais como conteúdo do pensamento com significados lógicos.

04

Guilherme de Ockham

Defendeu o nominalismo extremo, vendo universais como criações mentais sem existência real. Desenvolveu o conceitualismo, considerando universais como entidades mentais.

Criou a teoria da suposição (material, pessoal, simples) para explicar como termos substituem objetos em proposições.

 

 

Bibliografia

ARANHA, M. L. A. & MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 3ª ed. Rev. atual. São Paulo: Moderna, 2003.

CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da Filosofia: Dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

MONDIN, B. Introdução à Filosofia: problemas, sistemas, autores, obras. 12ª ed. São Paulo: Paulus, 2001